Cada uma das
pessoas com as quais nos relacionamos exerce um papel em nossas vidas. Em
família, “nosso primeiro e virginal abrigo”, esses papéis são muito
poderosos.
O papel do Pai é absolutamente
básico e estruturante de nossa personalidade. O Pai é a figura vertical que nos
transmite proteção, direção, orientação... O Pai é a Lei. Sua falta nesse nosso começo deixa um espaço vazio
em nossa estrutura. Outras figuras familiares procuram se desdobrar e
multiplicar para cobrir essa falta, mas, ainda assim, fica uma lacuna em nosso
psiquismo, que pela vida afora tentamos entender, justificar... Que queríamos
preencher.
A natureza e a cultura tornaram o
corpo dos pais mais rijo, mais forte, preparando-os para seus papéis de luta e
proteção. Eram impedidos de demonstração de afetividade, sempre atribuída às
mães. Essa falta da doçura, ancestral e cultural, privou gerações de ternura e
formou gerações de homens impedidos de demonstrar e de desfrutar a expressão
dos doces sentimentos de ternura, de carinho... Afinal, foram criados para
serem protetores, procriadores, lutadores, defensores! Não deveriam demonstrar emoções que não estivessem
de acordo com seus papéis! Para exercê-los, aprenderam a bloquear lágrimas, a
esconder dores...
No entanto, na medida em que as
mães, nesse mundo tão competitivo, aguerrido e agressivo, precisaram sair para
a luta, os pais foram convocados, em maravilhosa contra partida, para o cuidado
amoroso dos filhos, dando a todos, pais e filhos, a oportunidade de se
aproximarem, de se descobrirem no amor.
Cada vez mais, o Pai forte e distante se “humaniza” e se transmuta em
cuidados, carinhos, ternuras, enriquecendo, com muita graça, seu papel, ainda, de proteção e de Lei .
É uma “graça” poder vê-los,
desfrutá-los, nessa doce transformação, nessa bonita evolução, nessa
proximidade tão doce e gentil. Eles cuidam, brincam, beijam, participam das
várias fases de nossas vidas... Compartilham tudo! Eles riem e até já podem
chorar! Essa é a “graça de um pai!
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