Por que nos
é tão difícil Dizer Não ou Ouvir Não ?
Quando
preciso, quando quero e até mesmo quando, finalmente, consigo dizer não,
sinto-me tão culpada, ansiosa e amedrontada! Culpada por não estar atendendo
aos desejos e expectativas das pessoas, principalmente aquelas que me são mais
queridas. E também assustada, ansiosa... Tenho muito medo de magoar, de
afastar, de decepcionar, as pessoas que amo e até mesmo aquelas que não amo,
mas quero impressionar ! Afinal, quero
se amada e valorizada!
Em Família, eu acreditava que devia
desempenhar, com perfeição, papéis idealizados, que hoje sei serem impossíveis
de ser executados: devia fazer a felicidade daqueles que amava! Para isso, não
deveria magoá-los, mesmo à custa de sacrifício. Nada deveria negar-lhes: coisas, atenção total, aplausos...
Tudo o que quisessem ou precisassem, na hora e na dose que pedissem. Esse era
meu dever com aqueles que amava com tanto apego. Não poderia correr o risco de decepcioná-los
e perdê-los, perder seu amor e o papel importante em suas vidas.
Mas não deu certo! Não consegui
atendê-los em tudo e sempre! E quando, coagida por minhas limitações, precisei
Dizer Não, cheia de justificativas, culpas e desculpas, encontrei, muitas
vezes, a incompreensão daqueles que não esperavam minhas negativas. Triste e
culpada, fiquei muito mal e reforcei em mim a crença de que não deveria Dizer
Não!
Ainda presa às mesmas crenças
ideais, também tinha muito medo de Ouvir Não. Para me sentir amada e valorizada
precisava ouvir sempre um Sim. O Não me assustava! Quando era confrontada com
negativas pensava, amedrontada, que era menos querida, que seria preterida, ou que
iria perder mordomias, agrados, facilitações... E então, teria que me virar
sozinha? A negativa me magoava( Eu não merecia!). Ficava irritada, também, por
ver desafiados meus desejos, minhas expectativas!
Estamos tão mal acostumados a essa
dependência afetiva e de aprovação uns dos outros, que muitas vezes não
queremos nos arriscar a ter que dizer ou ouvir um Não. Preferimos, então, não
perguntar, não ousar, apenas nos fechar e isolar....
Acredito que a “culpa” de tantas
dificuldades ainda está nas crenças absurdas que internalizamos. Hoje, ainda
que não mais as aceitemos, elas ainda gritam muito fortemente dentro de
nós. Preciso repetir, para fortalecer em
mim, novas crenças, mais reais, humildes e verdadeiras que me dizem: Cuide de
você! Seja honesta, reconheça o que pode
e o que não pode, o que quer e o que não quer. Respeite o Outro! Dê-lhe
oportunidade para suas próprias descobertas, suas próprias opiniões e desejos.
Cuidando de mim, atenta a mim, vou entendendo e aceitando o que, Só por Hoje,
eu quero, eu posso e eu Sou. A partir de então, Um dia de cada vez, terei Coragem
para Mudar e poderei dizer Não (ou Sim) para as pessoas com Verdade, sem tanto
medo, sem tanta culpa, sem tantas justificativas...
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