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domingo, 10 de julho de 2016

TRISTEZA II




          Tristeza é a minha dor esmaecida, minha dor “conformada”, minha agonia e o meu desespero que se aquietaram, que se entristeceram ... Ela foi chegando, se instalando, escondida, depois de tantas separações, pequenas ou grandes, com suas dores  gritadas, gemidas e  que, afinal, se calaram, impotentes, tristes... Depois, também, das frustrações e raivas pelas expectativas goradas, pelas lutas perdidas, que se acomodaram em tristes cicatrizes... Depois de me confrontar com a finitude de nossa passagem aqui, onde tantos e tão queridos vínculos que fiz foram partidos pela “morte” e me deixaram desorientada e vazia dessas presenças, entregue à misericórdia do tempo, que foi colorindo as lembranças, transformando-as em nostalgia e tristeza... Depois dos sonhos abandonados, dos amores e paixões que nasceram, mas não vingaram, e dos amigos que passaram por mim, marcaram de alguma forma minha vida e depois ficaram perdidos na distância...   Depois que o tempo transformou em passado as lembranças de momentos maravilhosos da minha vida...     Minha tristeza cresce muito quando visito o passado.

            Mas descubro minha tristeza também no presente! Quero a alegria, procuro o entusiasmo, mas às vezes sou confrontada com a tristeza, escondida sob a correria da vida. Sinto tristeza pelas pessoas e os fatos serem tão diferentes dos meus desejos, tristeza pela minha impotência, que hoje até já compreendo, mas que ainda assim é tão doída. Tristeza pelo desgaste físico do corpo, da saúde, pela perda da utilidade, pelo desgaste de vínculos que acreditávamos serem  eternos e perfeitos... Tristeza pelas crianças que crescem e deixam nosso colo e nossos dias tão vazios... Tristeza pelos meus medos, pelos meus defeitos insistentes e até  pelos defeitos ainda nem suspeitados... Tristeza por não ser melhor, por ainda não ser mais livre... Tristeza por saber que “é melhor ser alegre que ser triste”, mas nem sempre conseguir trazer essa leveza para os meus momentos... 

            Tristeza é a dor que se esconde em mim, no meu caminhar, mesmo quando, com valentia, eu prossigo... Mesmo quando eu curto a vida e sorrio para ela, aceitando o processo, acreditando em nossa Meta de Alegria e Luz.  Tristezas são as marcas da vida, são as pegadas quase apagadas em meu caminhar, mas mesmo assim marcando minha passagem nessa eterna busca pelo melhor.  

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