Tristeza é a
minha dor esmaecida, minha dor “conformada”, minha agonia e o meu desespero que
se aquietaram, que se entristeceram ... Ela foi chegando, se instalando,
escondida, depois de tantas separações, pequenas ou grandes, com suas dores gritadas, gemidas e que, afinal, se calaram, impotentes,
tristes... Depois, também, das frustrações e raivas pelas expectativas goradas,
pelas lutas perdidas, que se acomodaram em tristes cicatrizes... Depois de me
confrontar com a finitude de nossa passagem aqui, onde tantos e tão queridos
vínculos que fiz foram partidos pela “morte” e me deixaram desorientada e vazia
dessas presenças, entregue à misericórdia do tempo, que foi colorindo as
lembranças, transformando-as em nostalgia e tristeza... Depois dos sonhos
abandonados, dos amores e paixões que nasceram, mas não vingaram, e dos amigos
que passaram por mim, marcaram de alguma forma minha vida e depois ficaram
perdidos na distância... Depois que o
tempo transformou em passado as lembranças de momentos maravilhosos da minha
vida... Minha tristeza cresce muito quando visito o
passado.
Mas descubro minha tristeza também
no presente! Quero a alegria, procuro o entusiasmo, mas às vezes sou
confrontada com a tristeza, escondida sob a correria da vida. Sinto tristeza
pelas pessoas e os fatos serem tão diferentes dos meus desejos, tristeza pela
minha impotência, que hoje até já compreendo, mas que ainda assim é tão doída.
Tristeza pelo desgaste físico do corpo, da saúde, pela perda da utilidade, pelo
desgaste de vínculos que acreditávamos serem eternos e perfeitos... Tristeza pelas crianças
que crescem e deixam nosso colo e nossos dias tão vazios... Tristeza pelos meus
medos, pelos meus defeitos insistentes e até pelos defeitos ainda nem suspeitados... Tristeza
por não ser melhor, por ainda não ser mais livre... Tristeza por saber que “é
melhor ser alegre que ser triste”, mas nem sempre conseguir trazer essa leveza
para os meus momentos...
Tristeza é a dor que se esconde em
mim, no meu caminhar, mesmo quando, com valentia, eu prossigo... Mesmo quando
eu curto a vida e sorrio para ela, aceitando o processo, acreditando em nossa
Meta de Alegria e Luz. Tristezas são as
marcas da vida, são as pegadas quase apagadas em meu caminhar, mas mesmo assim marcando
minha passagem nessa eterna busca pelo melhor.
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