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domingo, 23 de abril de 2017

MARÉ BAIXA




           Tudo é energia no universo, inclusive nós!  Tudo pulsa, tudo se movimenta, demonstrando Vida, inclusive nós!  Nesse pulsar constante, às vezes, nos sentimos em baixa, como em “slow motion”, É como uma maré estranha, que parece nos arrastar e sugar para uma zona de calmaria, malévola, sem vida, namorando a morte. Perdemos a pressão interna, que nos impulsiona e nos descobrimos num estado de depressão!

            Todos os nossos níveis de energia estão atingidos e refletem essa falta de pressão para viver. Nosso corpo físico fica muito cansado. Parece estar se arrastando para qualquer tarefa ou movimento. Nada consegue nos motivar, nem mesmo as coisas mais prazerosas. Tudo parece complicado e distante. “Nada vale a pena, porque a alma está pequena!”. Estamos sem vontade e sem jeito para sorrir. Olhamos em volta e tudo parece errado, feio, sem solução... Sentimo-nos incompetentes (ou impotentes) para esse mundo tão torto! 

            Já ficamos revoltados, indignados, conosco mesmos e com os outros, com a vida e até com Deus!  E o quanto já  nos desgastamos nesse lutar constante!. Depois, sobreveio uma grande tristeza, um desejo intenso de chorar por todos, chorar por tudo ser do jeito que é! Todos os desejos utópicos, todas as expectativas a curtíssimo prazo,,, Todos goraram e geraram esses sentimentos, que se voltam contra nós, sugando nossas energias. Agora, só essa maligna calmaria...

            Mas um Poder Maior me sussurra: Calma, paciência, aceitação! Não se culpe, não culpe o mundo! Culpar é “lutar contra”! Afinal, foram as essas lutas, internas e externas, que nos levaram a essa fase de desgaste e “maré baixa”!   No fluxo da Vida nada se perde, tudo muda e tudo se transforma...  Fazemos parte desse fluxo. A maré que hoje está baixa, certamente, mudará. Esse movimento constante que, fisicamente, move oceanos, também atua em nós, que somos água, que fazemos parte desse oceano e de um Oceano Maior de Pura Energia. Nesse fluir, com altos e baixos, dores e alegrias, vamos reciclando nossos pensamentos, descobrindo sentimentos, modificando atitudes.

            Não brigue com a eventual paralisia de sua água! É preciso acolhê-la, não sufocá-la, não escondê-la com químicos ou quaisquer outras formas de escapar. Acolher com carinho seus momentos de euforia ou agonia. Eles são picos de sentimentos que preciso entender, mas não me deixar aprisionar por eles. É buscar o equilíbrio interior, transformando aos poucos nossos excessos emocionais. Não devo remoer pensamentos e sentimentos de tristeza e desânimo, deixando-me contaminar por calúnias, maledicência, notícias de maldade e violência, corrupção, guerras... O Amor e a Bondade que nos criaram, que estão em nós, existem e precisamos nos nutrir deles!

            Maré Alta ou maré Baixa, elas existem em nós! Fazem parte no nosso caminhar e, em seu constante alternar, elas demonstram o eterno processo da Vida.

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