O tempo não
para! Na sua sucessão de “agoras”, ele traz alegrias e agonias. No dia a dia,
ele vai nos carregando de situação em situação, como num parque de diversões,
onde somos levados a altos e baixos de pura emoção: desafios, coragem, medos,
risos, sustos, alívios... Acho que é para nos manter espertos, ativos, vivos...
Em momentos de agonia, parece que se
arrasta, não passa! Doenças, perdas muito queridas, desilusões, crises afetivas
e materiais, fracassos... Nesses momentos de desespero e até de desesperança ele
se arrasta! Em contra partida, ele parece voar levando a infância de nossos
filhos para o mundo adulto e corroendo nossa força, vitalidade e viço em
direção à velhice!
Mas em sua marcha contínua, também
nos traz ganhos e alegrias. Traz o desafio de novas fases de vida, com novos
papéis, com descobertas, novas crenças, com novas visões, modificadas pela
experiência. Traz ilusões ainda não desmanchadas, traz esperanças renovadas e
novos encontros, novos amores.
O tempo não corre em vão! Não há
tempo perdido...Ele
deixa marcado o caminho que nos viu andar, assistiu a vida nos sacudir com
ganhos e perdas para melhor nos moldar. Mesmo nos mais jovens e imaturos,
podemos observar as mudanças, pequenas que sejam, em suas ideias, comportamentos
e atitudes. É importante cuidar que os espelhos não tragam apenas o reflexo de
alguém cansado, abatido, amargurado, consigo mesmo e com o mundo tão adoecido.
Preciso buscar as boas marcas que o tempo tem deixado em mim. Marcas de maior
compreensão, paciência, humildade e tolerância com as minhas dificuldades e com
as dos outros. O tempo que tira a “inocência” e o brilho do olhar de nossas fantasias, ainda assim
pode trazer um sorriso suave e sereno da aceitação madura do processo da vida.
O tempo não corre em vão! Ele nos
proporciona transformações. Na natureza, à qual pertencemos, ele nos oferece o
espetáculo perene das mudanças das estações. Ele nos traz a certeza que, mesmo
depois de um outono triste e de um inverno cheio de interiorização, sempre
podemos esperar a doce promessa da primavera e a alegria pujante de um verão de
sol. É assim! O processo se repete e acrescenta, também em nós! O tempo, a
vida, jamais corre em vão!
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