Sempre
admirados pelo mistério que todos somos, olhamos para nossos filhos,
questionando: Quem são? De onde vieram? Porque vieram parar aqui, conosco? A
quem “puxaram”? Às vezes tão parecidos,
ou tão diferentes, de nós! E mesmo quando fisicamente parecidos, conosco ou com
os irmãos, são tão únicos, tão diferentes entre si! Ainda que estejamos unidos
por laços tão intensos, eles se mostram ora mais agarrados, devotados, ternos,
parceiros, gaiatos, cuidadosos, sérios, rígidos, confiantes, confiáveis... ora
mais rebeldes, desligados, depressivos, exultantes, “secos”... Cada um trouxe um temperamento! De onde
vieram? Que bobagem acharmos que são
nossos e que sabemos tudo deles! Quem
são eles?
Estabelecemos relações intensas, com
doação total, mas teimamos em esquecer que são únicos, que crescerão, que
necessitarão, cada vez mais, de espaço e liberdade para voarem para longe de
nós, para poderem curtir a vida a seu modo, errando. aprendendo, crescendo! Quando
os recebemos, doces “pacotinhos de gente”, tão frágeis e dependentes, nós os
amamos, e ainda mais, esquecemos que não são nossos! Estão tão pertinho, tão
juntinho de nós, tão engraçadinhos, que fica difícil entendermos que são outras
pessoas, que forjarão outras histórias, outros destinos. Não queremos ver e sofrer com suas “dores de
crescimento”. Para acalmar nossos medos e nossos corações agoniados, tentamos
fazer com que sejam seguros “repetidores” da experiência dos mais velhos. Mas,
para nosso desespero, a vida os seduz e os empurra para seus desafios. Tudo que
pudemos, de certo ou errado, passamos a eles, mas os resultados de suas
escolhas são absolutamente particulares. Eles trazem uma bagagem e há um
propósito sagrado para cada um deles. Afinal, esse é o sentido de estarmos
aqui! .
A natureza nos fez cuidadores e
protetores de nossos filhos. O que nos une a eles é um instinto básico, de amor
e responsabilidade, maior que nós mesmos, Fomos criados e cuidados com todo
esse amor por nossos pais, mas são nossos filhos, o nosso amor maior! O fato de
sermos “seres superiores e racionais” na Natureza, não muda esse instinto. Ele
é pré-existente a nós e, se mantém para além do inicial sobreviver dos filhos. Acrescentamos cuidados mais específicos, em tempo
mais prolongado, para atender à sua especial capacidade racional/intelectual e
para o desabrochar de suas complexas possibilidades de seres espirituais. Nesse longo e difícil caminhar humano,
contrariando o próprio instinto, sobrepondo-se a ele, alguns filhos foram
abandonados, esquecidos, até brutalizados! No entanto, essa forma antinatural
decorre de circunstâncias extremas de
graves desequilíbrios psicológicos e afetivos dos pais.
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