“Carregamos”
emoções e sentimentos agressivos, a nós e aos outros, durante muito tempo,
muitas vezes abafados, acumulando, azedando, transformando-se de frustração em
irritação, raiva, mágoa, ressentimento... às vezes, explodindo em ira e aos
poucos nos implodindo, envenenando-nos a alegria de viver e a leveza em nossas
relações.
Começam, quase sempre, com coisas
pequenas, tolas... Coisas que eu “não esperava”, que se contrapunham à minha
vontade e expectativa, situações e pessoas sobre as quais eu não tinha controle
(embora achasse que tinha), situações e pessoas que eu idealizava e depois me
desiludia, porque não eram reais! Mas,
mesmo assim, “Até que ponto eram importantes?”
E nossa dimensão emocional foi
ficando saturada com emoções negativas, que fomos deixando crescer e se acumula,
em consequência de nossa inércia, passividade, e falta de atitudes assertivas
em nossas relações. Esperávamos (outra ilusão) que os outros se modificassem
para que fôssemos poupados de nos posicionar em respeito a nós mesmos.
Tantas emoções destrutivas
aprisionadas em nosso interior por crenças, necessidade de aprovação, ilusões,
medo... podem nos forçar a um descontrole emocional, até a Ira, a fúria. Quando
o “saco” está cheio, qualquer palavra ou “sacolejo” nos faz transbordar em cima
de quem estiver por perto. Nesse momento, fica difícil controlar a nós mesmos! Ficamos
rebeldes, desafiadores. Não queremos, nem conseguimos, nos acalmar, pensar e
agir com lucidez, ou até mesmo rezar! A Ira nos arrebata! É muito ruim!
Então, em crise, toda a energia que circula em nós parece
estar contaminada, atraindo pessoas e situações semelhantes – pesadas e
adoecidas emocionalmente. Ficamos até fisicamente
adoecidos, estamos “pesados”, sentimos que precisamos nos limpar, nos
“descarregar” desse excesso doentio e negativo. Buscamos limpezas energéticas,
que recebemos de fora através de rezas, reick, passes mediúnicos, águas bentas,
exorcismos, jorey... Essas práticas nos ajudam na medida em que buscam “queimar”
e transmutar essas energias negativas, enquanto despertam energias sadias
recebidas através dessas vivências de boa vontade e amor. Mas é necessário que
não voltemos a criar essa massa doentia em nós!
É necessário um “descarrego” interior. No momento da crise,
da Ira, tenho necessidade, antes de tudo, de me acolher, me aceitar, sem
sermões, sem auto censura... Respeitar
meus limites naquele momento, dar-me um tempo para esvaziar e tentar reaver meu
equilíbrio... Depois, preciso drenar fisicamente o excesso de energia
desencadeado por minha intensa raiva: correr, cansar, gritar, chorar... Drenar
psicologicamente, simbolicamente, desenhando, escrevendo, queimando,
compartilhando... Após um tempo, preciso buscar o silêncio da natureza para me
refazer e onde posso conversar com quem, realmente, me sente e entende – Deus.
Toda
crise nos sinaliza que há necessidade de mudança. É importante iniciar um processo
de drenagem contínua desse lixo
emocional que criamos com nossas crenças equivocadas, com nossas expectativas
idealizadas e absurdas, frutos de orgulho, vaidade e infantilidade e da nossa
falta de coragem por não sermos honestos e assertivos em nossas relações. Quando
não aprendemos com a crise, somos condenados a repetir, repetir, repetir... até
murchar ou “morrer de raiva”!
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