Descaminhos
são atalhos que nos distraem, nos atraem, nos seduzem... e nos desorientam,
fazendo-nos perder a direção do Caminho. Perdidos, nós sofremos, fazemos sofrer,
até que, em algum momento, já modificados, retomamos nosso rumo.
Às vezes são pequenas distrações, enganos rápidos e
passageiros. Outras vezes são atalhos traiçoeiros, que nos fazem perder
completamente o rumo, que nos levam cada vez para mais longe de nós mesmos e
dos que nos amam. Estamos, então, muito
perdidos, muito longe. Nada nos alcança, nem o chamado dos mais queridos, que
nos procuram, nos sinalizam e se desesperam, Como lhes dói não ouvirmos seus
gritos de medo, de alerta e susto ao nos ver cada vez mais longe... Há alguns, os mais perdidos, em escuridão
total, sem ter sequer quem os chame ou procure por eles, sem saberem, ainda,
sequer, que estão perdidos... E como dói em nós mesmos, quando finalmente nos
reconhecemos perdidos, querendo voltar, sem saber como retroceder...
Os descaminhos fazem
parte da caminhada de cada um de nós. Eles nos atraem e distraem, funcionando
como desafios colhidos ao gritarmos nossa liberdade. Eles nos levam a crises, a
impasses e a vias dolorosas, mas servem para nos burilar, podar defeitos,
descobrir novas possibilidades, buscar um Poder Maior e Amoroso... e enfim,
crescer. Por piores e mais assustadores que sejam esses desvios, eles têm a
função que todos os desafios possuem: exigir que fiquemos atentos, que nos
sacrifiquemos e finalmente nos modifiquemos para sermos melhores.
Somos como crianças levadas a passear no bosque, deslumbradas
e animadas com a paisagem (Vida), que querem
desfrutar e conhecer tudo, que abandonam o cuidado dos pais, buscando
novidades, atraídas pelo canto e encanto dos pássaros, entrando cada vez mais na
floresta... até que se perdem!
Por quanto tempo? Por quanto tempo, ainda, estaremos (ou
estarão) perdidos? Nada mais individual que o tempo necessário a cada um de nós
para acharmos nosso bom caminho. O tempo
de Deus é eterno e infinito, mas o nosso tempo depende do quanto somos ainda
muito teimosos, orgulhosos, vaidosos, arrogantes, preguiçosos... A nosso favor,
iluminando por onde caminharmos, existe a força interior da Centelha Divina que
nos habita. Ela traz a certeza de que, enfim, nos encontraremos.
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