Todos nós criamos projetos nascidos de nossos desejos, sonhos e
necessidades, os quais temos a firme intenção de realizar. Mas, do desejo e da
intenção de nos libertarmos de nossas dependências (materiais, químicas,
afetivas ou outras) até a ação que visa concretizá-los, enfrentamos
dificuldades que nos chegam de fora e, outras vezes, que nós mesmos criamos. As
dificuldades que não “enxergamos”, que solapam esses projetos de forma
sorrateira, perversa, disfarçada, são o que chamamos de Sabotagem. Essa é a
característica da sabotagem. Atua como uma “rasteira” em nossos sonhos ou
projetos mais caros, através do nosso inconsciente ou da nossa mente racional,
teimosa e distraída.
Começamos a nos sabotar de
forma consciente, mas quase imperceptível, quando começamos a minimizar nossos
esforços, quando deixamos de estar atentos e de nos informar melhor para a ação
necessária. Temos preguiça, temos medo das dificuldades, temos até raiva de
precisarmos sair do nosso conforto. Queremos os resultados, mas não queremos
nos comprometer. De modo coerente a isso, atuamos negando necessidades, justificando
atitudes de descaso, adiando cuidados, procrastinando ações. Mal embasados,
nossos “programas” e quaisquer projetos, aos poucos se arrastam e vão apresentando
falhas. Sentimo-nos derrotados, recaímos nos velhos maus hábitos, deprimimos e acabamos
por tudo abandonar...
De forma mais sutil,
inconsciente e ainda mais perigosa para nossa busca, nós nos auto sabotamos
através das “crenças” que carregamos, definindo de forma frágil a nossa
autoimagem. São mandados familiares que ficam impressos em nós como verdades
incontestáveis: “Você é fraco, todo errado! Puxou a seu pai/mãe! Você não
consegue! Deixa que eu faço para você! Você nos machucou tanto! Você errou.
Você é culpado, não tem perdão! E
tantos e tantos outros...
Carregando essas “vozes” e
o peso de um passado com falhas e erros, sobrevém um sentimento de menos valia,
uma imensa culpa, que nos paralisa sem que percebamos e corrói nossos melhores
projetos. Entramos num processo inconsciente de autopunição, de não merecimento,
que justifica tudo que nos fizeram acreditar.
Outros aspectos de nossa
personalidade que nos sabotam, são defeitos que não percebemos (nem admitimos),
como o orgulho, a vaidade, a arrogância... Eles nos levam, ao contrário, a
desafiar, a testar limites, a ousar mais e mais, a nos exigir demais (porque nos
achamos demais!), até derrubar nossos projetos e a nós mesmos.
Somos muito mais
complexos que poderíamos dizer em poucas linhas, Na verdade, para lidarmos com
esses “ataques” que sabotam nossos projetos (pequenos ou grandes) na busca da felicidade
através de uma libertação interior, precisamos identificar as crenças, os
sentimentos, os defeitos de personalidade, conscientes ou inconscientes, que
nos são tão nocivos, e que nos movem ou que nos paralisam.
Esse processo deve ser
como um mergulho em nós mesmos. Um mergulho gostoso em águas mornas, mas cada
vez mais profundas, que requeiram estarmos alertas e em movimento. São Passos
para um encontro conosco mesmos, encontro que se enriquece nas partilhas em
grupos de pessoas que tenham também esse projeto de progressiva libertação
interior.
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