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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

EGOÍSMO




           Egoísmo é estarmos sob o comando do Ego, da nossa mente racional, condicionada a nos defender do mundo. Sob esse condicionamento, mantemos o foco de nossa atenção e vigilância no mundo de coisas e pessoas que nos cercam e que consideramos importantes para nossa vida material, psicológica e afetiva. Nós as desejamos, ansiamos por elas, nos apegamos a elas e as disputamos. Não admitimos perdê-las! Sob o egoísmo, vivemos em luta com um mundo que nos ameaça  tomá-las e por um mundo que nos oferece tudo o que tanto desejamos.

            Vigilantes em nosso egoísmo, estamos sempre comparando bens materiais, amores, qualidades...  Temos medo de perder e invejamos o que ainda não possuímos. Nossas necessidades e dores nos parecem sempre superiores às dos outros. Nossas carências afetivas acabam por justificar qualquer “ataque” ao que possuem (amores, família, qualidades, admiração, bens quaisquer...)  Afinal, nosso Ego tanto os desejava!  

As dores alheias nos chegam  também  algo distantes, porque nosso Ego não se identifica com o Outro, senão para analisá-lo, desejá-lo ou tentar superá-lo. O Ego não ama. Ele só sabe possuir, se apegar e defender o que é seu! Nosso Ego não costuma desejar o mal para os outros, a menos que eles ameacem nossas necessidades, porque  então, irá atropelá-los.  Sempre que nos sentimos em perigo, nosso egoísmo tende a crescer. Nosso medo insufla nossas defesas e o nosso egoísmo, então, pode tornar-se destrutivo.

Todos nós, em maior ou menor grau, somos regidos pela intensidade de nosso ego e, em maior ou menor grau, somos egoístas. Em nossas relações, em quaisquer relações, desde a Família até às Nações, nosso egoísmo ainda é preponderante. Buscamos defender “o que é nosso” a todo preço e amealhar, mais e mais, bens e poderes e subjugar pessoas (por amor ou não)  para nos sentirmos mais seguros.  Esse é o mundo interior do Ego e o seu reflexo exterior...  Mas, nessa realidade, vamos ficando cada vez mais isolados, aguerridos, defensivos, tristes... 

 O Egoísmo  do Homem já foi maior e mais cruel em outras eras. Já achou natural explorar, escravizar, submeter, machucar, matar...  apenas para satisfazer suas próprias  necessidades e prazeres. Embora ainda assistamos aos delírios agressivos de tantos homens, isto, hoje, já nos causa horror e tristeza. Embora muito lentamente, vamos nos modificando, trazendo outros valores ao nosso ego.

Mas, não adianta brigar com nosso Ego, nem com o ego dos outros!  Não adianta criticá-lo, ameaçá-lo. Se tentarmos, nos esgotaremos e sempre perderemos, porque nossa mente racional  (ego) foi adestrada para racionalizar, justificar e jamais perder. Mas podemos tentar entendê-lo e, pacientemente, generosamente, firmemente, ensiná-lo a depor armas, educando-o  para substituir o disputar pelo compartilhar.  Reconhecendo como o mundo do egoísmo é frio, áspero, cruel e doloroso para todos, cabe a cada um de nós buscar trazer valores espirituais e amorosos para  mundo interior de cada um , “amansando” nosso próprio ego ao experimentarmos a compaixão, a solidariedade, a generosidade, a honestidade, a ternura, a compaixão... 

Como seres, não apenas racionais, mas sobretudo espirituais, poderemos ir sentindo a gostosura de um mundo interior mais gentil, alegre, leve, amoroso... E quando nos descobrirmos  até renunciando, abrindo mão de alguns desejos para satisfazer, por generosidade e justiça, algumas necessidades dos outros; quando abrirmos mão de apegos pelo amor à liberdade dos outros,  saberemos então que estamos no caminho de uma transformação que substitui as paixões e lutas do ego pela gostosura do compartilhar com Amor.

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