Nosso ego,
vaidoso e orgulhoso de si mesmo, querendo sentir-se sempre o melhor, o mais
especial, quando se vê despido dessa fantasia por nossas falhas ou “derrotas”
ante os outros, se sente humilhado. Humilhação é a dor do ego ferido. É dor que se mistura à vergonha de nos
sentirmos expostos em nossas fraquezas, em nossa simples humanidade e
igualdade... “Afinal, eu não era tudo que pensava ser, tudo que queria ser,
tudo que eu alardeava ser”... Nossa
humilhação nasce, então, de nos sentirmos “desmascarados” em nossa fantasia
(mesmo quando disfarçada) de sermos mais: fortes, ricos, poderosos, belos,
inteligentes, bons, justos, merecedores... E, quando submetidos aos “mais
poderosos”, humilhados e ressentidos, temos o desejo de sermos tratados, ao
menos, como iguais!
Somos seres únicos, mas não nos
conhecemos o suficiente para nos valorizarmos e nos amarmos, por isso, estando
em grupo, buscamos sempre valorização pelos outros. Precisamos nos comparar e
mostrar que “somos mais”, que temos valor, que somos melhores ou muito bons!
Quando isso não acontece, nos sentimos menores, humilhados. Num mundo tão
competitivo, ser menor nos assusta e a derrota nos humilha. Quando derrotados em nossas próprias
expectativas orgulhosas e vaidosas, em várias circunstâncias na vida, custamos
a admitir e negamos, racionalizamos, justificamos... Sentimos raiva, vergonha, tristeza e
Humilhação!
Mas esse momento de dor pode ser o
ponto de mutação, que transforma fantasia em realidade, pode ser o início da
caminhada da humilhação até a humildade. É o primeiro passo para a aceitação
respeitosa e amorosa do que somos, do que podemos, em cada momento. Vamos aprendendo que nosso
maior compromisso é conosco mesmos. Vamos desligando-nos das comparações,
entendendo e aceitando que cada um é único em potencialidades sagradas e falhas
humanas. Atentos sempre a nós mesmos, e em meio aos outros, podemos, algumas
vezes, com a abertura da cabeça e do coração, com simplicidade e humildade, ir
aprendendo um pouco do tanto que nos falta...
E quando já iniciamos a descoberta e reforma de nós mesmos,
talvez a humilhação mais dolorosa seja aquela que o Mundo nem vê! Vem com a
vergonha interior de ter que admitir para nós mesmos que ainda não somos quem
queríamos ser, não somos quem já pensávamos ser ou poder... Mas essa dor de nos
sentirmos, ainda, tão pequenos, é mais um outro momento para transformar nossa
humilhação em humildade, buscando o amor de um Poder Maior que nós mesmos para
acolher nossa humanidade e nos ajudar a superar nossas falhas. (7º P)
Humildade é a delícia da aceitação
de mim mesmo em cada momento da vida.
Humildade é a gostosura de viver com simplicidade, de se ver em igualdade, em
paz... Humildade é o conforto do reconhecimento do que ainda não sei e é a
condição primeira para o aprender. Humildade
é o reconhecimento do que ainda não posso e me leva, cada vez mais, a entregar-me
a um Poder Maior Amoroso Paciente, que me traz força e serenidade.
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