Renunciar é
abrir mão dos nossos apegos. É
soltarmo-nos do que achávamos ser a base
necessária à nossa vida. – nossas certezas, nossas verdades, nossas posses
materiais, nossas fantasias do Outro, nossa própria auto imagem idealizada,
nossas crenças e amores possessivos...
A Dor de nossas perdas materiais e intelectuais nos
ensina a transitoriedade desses bens e nos leva a renunciar à agonia da busca
desesperada pelo acúmulo de bens, títulos, excessos intelectuais, status,
“sucesso” e poder... que nos envaidecem, mas não nutrem nossa dimensão maior e
mais sutil e não nos livram do estresse e da depressão.Só a Dor de um vazio
interior, só a aridez dessas posses, pode nos lembrar que precisamos renunciar
aos excessos e descobrir a alegria do compartilhá-los
Só a dor
maior, que nos abate quando somos confrontados com nossa impotência perante os outro; só a dor de alguns desafios e perdas maiores
da vida em nossas relações afetivas
(“mortes”, abandono, traições...) , pode nos levar a reconhecer que tudo aquilo
a que nos apegamos não foi suficiente ou capaz de evitá-las.Eu queria garantir a posse das pessoas mais
queridas para garantir minha felicidade de tê-las para sempre! Queria
orientá-las, direcioná-las, decidir o que era bom para nós, cerceá-las por amor
e cercá-las de cuidados. Mas, aprisionando-as no meu apego, fui perdendo-as e
me tornando, eu mesma, prisioneira, carcereira, em nossa relação!
Só essa dor
maior pôde me fazer perceber que não podemos possuir pessoas. Elas são
Centelhas Vivas do Sagrado, únicas em sua individualidade, não são coisas, não
podem ser possuídas!... O Universo é
paradoxal e, só renunciando à sua posse é que poderei atrair aqueles que amo
para mim! Preciso libertá-las da minha
agonia e luta, para melhor amá-las e ser amada.
Renunciar é um ato de Libertação. É
um ato de Amor a nós mesmos e aos outros, por isso é um ato espiritual! Um ato que nos liberta das lutas e traz em
troca, para ocupar esses vazios, a entrega a sentimentos, pensamentos e
comportamentos de um nível mais sutil e amoroso. Precisamos
caminhar leves, para ter alegria no caminhar e descobrir a alegria do
compartilhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Se preferir, envie também e-mail para mariatude@gmail.com
Obrigada por sua participação.