São termos usados naturalmente, quase como sinônimos, assim
como cuidar... Em nossas relações mais próximas, queremos sempre facilitar a
vida de quem amamos. Facilitação tem a característica de ação prática, rápida,
eficaz, para superar as dificuldades do Outro com os desafios de sua vida,
criados ou não por ele mesmo. O que nos move é o ego, com suas crenças, seu
amor possessivo, seu controle... Acreditamos que somos responsáveis pelo Outro,
por suas escolhas, suas falhas, pelo resgate de sua vida e felicidade. Amamos e
queremos ser amados. Precisamos mostrar eficiência em cuidar deles,
salvá-los...
Muitas vezes tomamos essa atitude de proteção e resgate
desde a infância de nossos filhos e continuamos pela adolescência e vida adulta!
Não queremos que se frustrem, que se machuquem, sem perceber, talvez, que
dificultamos seu crescimento e a descoberta de suas possibilidades.
Acreditando, também, em sua
“incapacidade” de resolver seus desafios, tomamos a frente das situações e nos
dispomos a resolvê-las. Afinal, nós sabemos o que é melhor para eles! Com os mais idosos, que tanto amamos, também
tomamos a atitude de facilitador, condenando-os à inatividade e a “um resto de
vida” sem sentido, rotulados que ficam como inativos, incapazes...
Quando somos facilitadores sentimo-nos protetores,
generosos... Não percebemos que nossos “cuidados” são invasivos e acabam por sufocá-los,
atropelá-los. Nós assim nos sobrepomos a eles, abafando-os, anulando-os,
humilhando-os. Não notamos que nossa facilitação está dizendo: “Eu sei mais, sou melhor! Você é menos, é
incapaz... Você não pode, não consegue!”
Nosso ego sente-se poderoso, nossa vaidade cresce por sermos fortes,
generosos e reconhecidos. Mas para manter todas essas atitudes, lutamos, nos
cansamos, nos vitimamos, cobramos, magoamos e nos magoamos... No Outro, essa constante facilitação alimenta
o medo, a insegurança, a menos valia, a
raiva, a acomodação, a manipulação... A
Facilitação é o boicote da vida do Outro, apenas para evitar que soframos com
suas dores!
E a Ajuda? Para
ajudar preciso entender e respeitar os limites entre mim e o Outro. A ajuda é um gosto e uma necessidade da Alma.
Ela se revela a partir do Respeito ao
Outro e na disponibilidade discreta, sem
exagero, amiga. Ela se faz sentir na sensibilidade que escuta, no carinho do
toque, na presença... A Ajuda é o Amor
respeitoso que não invade, que se nutre de Verdade, que não aceita manipulação,
que segura a ansiedade e o medo de sofrer pelo Outro, que apenas coopera, que
espera com respeito o seu tempo e se mantém confiante no caminhar do Outro.
Facilitar é fácil, principalmente quando “não me custa”. É
regido pelo Ego e seus valores materiais e imediatistas.Ajudar é de outro
nível. É regido pelos valores espirituais do
Amor.
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