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sábado, 28 de abril de 2018

QUANDO OS FILHOS CRESCEM E SE VÃO...



       O passar do tempo tudo modifica. É da natureza da Vida o movimento, a mudança. E nossos filhos ( tão nossos?!), finalmente, deixam de ser crianças,  adolescentes e tornam-se adultos obedecendo ao natural chamado do mundo, dos desafios e da liberdade... Então, eles se vão...  E nós vamos ficando na distância, no medo que se percam, na dor ainda tão confusa do vazio que deixaram.
Sem entender ainda direito essa liberdade adquirida (nossa e deles), nos agoniamos, tememos e ainda palpitamos em suas vidas, tentando modificar suas escolhas, às vezes tão diferentes das nossas. E somos informados, gentilmente ou não, que estamos ultrapassando os limites de um outro  adulto.  O confronto com essa realidade, faz doer tudo de novo.

        Eles formam suas próprias famílias, educam e orientam seus filhos, às vezes de modo tão diferente, parecendo que nosso modo era todo errado!  O tempo passou e já nem sabemos de suas pequenas rotinas, de seus novos gostos... Têm novos amigos, novos encontros e festas, das quais não fazemos parte. Agora nós os visitamos, somos visitas em suas casas, mesmo quando eles nos tratam com muito carinho e atenção. Visitas combinadas de antemão, porque eles têm suas rotinas. Mas visitas devem guardar alguma cerimônia, por respeito e delicadeza. Como isso nos confunde e dói!

       Eles nos trazem netos que aquecem nossos colos vazios. Netos que tanto amamos e dos quais, muitas vezes, cuidamos, mas sem poder esquecer que são filhos deles, não nossos, e precisamos respeitar suas diretrizes. Querendo participar mais de suas vidas, queremos colaborar (física, financeira e afetivamente) mas com o cuidado de não nos impormos ou invadirmos. É tão confuso, difícil e doído... 

         Quando nosso tempo de pais de filhos pequenos e/ou  dependentes já passou, é urgente entender e aceitar o novo tempo, os nossos novos papéis nessa relação tão intensa e amorosa com nossos filhos. Temos nossos próprios novos desafios  a enfrentar: casamentos desgastados e esquecidos no afã de cuidar de filhos, novas relações, a descoberta de gostosos lazeres,  de talentos insuspeitados... Temos tempo para desfrutar de novas e antigas amizades e para retomar o papel mais esquecido de cuidar de nós mesmos.Viva intensamente e deixe-os viver!

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