Por que nos irritamos tanto quando descobrimos a “falsidade”
dos outros? Por nos magoamos tanto quando a descobrimos em nossas relações mais
queridas? Afinal, em maior ou menos
grau, todos nós também usamos nossas máscaras, nos maquiamos, conforme as
situações ou pessoas que queremos impressionar, ou não magoar!
Temos o desejo, logo
transformado em expectativa, que as pessoas sejam absolutamente verdadeiras, de
preferência com “boas verdades”, porque isso nos faz sentir mais seguros, sabendo
o terreno onde pisamos nas relações. É um desejo meio de bravata, porque sempre
tememos certas verdades.
Detestamos as decepções, mas aceitamos e até curtimos as
adulações. Nossa vaidade nos impede de ter uma visão mais real de nós mesmos e
das situações. Muitas vezes cedemos à vontade de adular, de agradar, de dizer
ao outro o que achamos que ele quer ouvir, “só para nos elegermos”.
Chamamos de “falsos” àqueles que abusam das máscaras e dos
jogos desonestos para serem mais aceitos, para dominarem nas relações, em
eternas disputas. Eles exigem que estejamos mais atentos aos fatos, às
palavras, à realidade das atitudes. Nessas pessoas, o medo de desagradar é muito
grande, a necessidade de se valorizar, de “mostrar serviço”, de receber
aprovação é maior e as leva ao uso contínuo de máscaras. Inseguras, estão
sempre se comparando e tentando provar que são melhores pessoas, mais
merecedoras do amor e da confiança de amigos, de familiares... Usam de
manipulação, de mentiras, grandes ou pequenas, porque têm muito medo da
verdade, mas acabam prisioneiras das armas que usam para obter ganhos, obtendo
ao fim dores e perdas nas relações.
Na verdade, toda falsidade demonstra medo de ser verdadeiro,
medo de deixar ver sua humanidade, ainda insegura e medrosa. Revela uma auto
imagem fraca, grande carência afetiva e busca constante de aprovação; Quanto
menos julgarmos os “falsos” e tentarmos compreendê-los, iremos aos poucos
substituindo irritação e desprezo por compaixão e observação de nossos próprios
medos e atitudes.
Já
foi dito “Não julgueis...” , o que não nos impede de ficarmos atentos e de “pés
no chão” conosco mesmos e em nossas
relações!