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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

EXPECTATIVAS




         Temos sempre o desejo e a esperança de que coisas “boas” aconteçam e de que as coisas “ruins” jamais se concretizem.  Mas a nossa mente, solta e inquieta, não quer se submeter à espera e ao tempo! Ela pressiona nossa Esperança com a pressa, transformando-a em Expectativa de bons ganhos ou  a mantem sob o tormento de uma Expectativa ameaçadora do mal.
         Expectativas nos submetem a uma agonia que maltrata, que pode nos adoecer e até nos matar! Cresce no anseio poderoso de submeter o Tempo e a Esperança à nossa ansiedade, sempre correndo atrás do ganho desejado ou  fugindo do medo.
         O mínimo lampejo de boas possibilidades em direção ao que sonhamos sacode nosso equilíbrio e nos arremessa, impacientes, à busca desenfreada de viver saboreando  o Futuro.   Por outro lado, o medo de não sermos atendidos nesse futuro nos abate e desespera.  E oscilamos todo o tempo entre possibilidades conflitantes, que nos confundem e agoniam.   Como sofremos antevendo perdas, derrotas, desilusões!  Como sofremos “de véspera”! Como sofremos desilusões, com expectativas idealizadas de pessoas! Como fazemos sofrer àqueles que são o objeto de nosso apego e expectativas!
         A expectativa faz a nós, e aos outros, reféns da espera do Futuro, sempre imprevisível. E, enquanto nos PREocupamos com algo que sequer existe, deixamos de saborear o que certamente existe em cada Agora. Nossa mente, correndo em círculos obsessivos, nos faz prisioneiros de possibilidades ainda inexistentes (boas ou más). Quanta agonia sem sentido, quantos momentos desperdiçados! Quanta energia gasta, que certamente nos fará falta para vivenciarmos o Agora quando ele se faz presente.  
        A saída, a libertação, para essa agonia está no Agora. Digo e repito  para mim: Pare! Relaxe! Respire!   Sei que os pensamentos obsessivos, teimosamente, ainda vão voltar e voltar e voltar...  E repito para mim: Mentalize o Poder de Deus contigo, dando força e coragem para aceitar a realidade!  Não desamine! Seja ainda mais perseverante e paciente... Respire! Olhe em volta... A vida nos envolve e chama a cada momento. Faça a sua parte:  Pense! Sinta! Ocupe-se!... A vida está acontecendo  Agora!

       Entender, dizer ou escrever é fácil. Colocar em prática, sem desistir, é que é difícil, mas é a única saída para não se sofrer tanto e inutilmente!




quinta-feira, 18 de outubro de 2018

ACEITANDO AS DIFERENÇAS



         As diferenças nos tiram da comodidade de nos sentirmos entre iguais Elas nos desafiam, nos sacodem, nos levam a refletir sobre os nossos porquês, os porquês dos outros e da Vida; levam-nos a tomar posições ( e muitas vezes a radicalizarmos posições)...  Queremos  “entender”, julgar, convencer e modificar  uns aos outros!  Aceitar, então, os diferentes e as diferenças requer que possamos ir para além de um Respeito apenas educado e civilizado.
         Jamais entenderemos completamente o Outro, porque somos individualidades únicas! Nossas circunstâncias são diferentes, nossas histórias, nossas características pessoais (conscientes e inconscientes),defeitos e qualidades...  São únicos os nossos afetos, nossos sonhos e as influências que passaram por nosso caminho... Cada um está numa fase diferente da Vida, com experiências, vivências e motivações diferentes, com nossos próprios desejos e “certezas”, com anseios de luta ou de paz...  Cada um é um mundo em construção, um mistério completo, até para nós mesmos, quanto mais para os outros!
         Como querer entender, julgar, criticar e convencer?  Como tentar trazê-los para o “nosso lado” ?  Detestamos ou amamos as pessoas sob aspectos que lhes são únicos e que desconhecemos em quase totalidade!  E essas diferenças nos doem muito  quando as descobrimos em pessoas a quem nos sentimos ligados afetivamente: colegas  simpáticos, companheiros de outras lutas, amigos queridos, familiares e, principalmente, os nossos amores maiores e especiais...   Tínhamos o desejo e a fantasia que nosso amor anulasse as diferenças e para sempre nos mantivesse “iguais”. Mas não é assim!
         Ao nos descobrirmos em posições diferentes, mercê de nossa unicidade e nossas diferenças, nos magoamos por conta de nossas expectativas irreais. Sonhávamos que estaríamos sempre juntinhos, iguais em ideias, escolhas, rumos... Sentimos a diferença quase como uma deslealdade ao nosso amor! É muito doído!
          Lutamos, sofremos, só queríamos entender...    E  finalmente entendemos que não é desamor, não é abandono! Apenas somos diferentes! Mesmo com valores, sonhos, vida e carinho em comum, percebemos pessoas, situações e momentos de forma diferente!  Mas o Amor que nos une, aceita e se sobrepõem às tantas diferenças. Aceitar essa simples realidade nos liberta da luta e da mágoa. A aceitação nos traz paz, ainda que com a dor de não sermos idealmente iguais.  É muito bom podermos perceber tudo isso porque, assim, podemos Respeitar nossas  diferenças sem perder a Ternura!

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

ENTREGUE-SE A DEUS ...



           Existe um lema cheio de sabedoria que me exorta: Solte-se e Entregue-se a Deus! Mas, como é difícil, às vezes,  soltarmo-nos do medo, dos pensamentos que geram esse medo de sofrer e. simplesmente, nos entregarmos às decisões e sabedoria de Deus!  Mesmo acreditando que tudo será resolvido da melhor forma para nosso aprendizado e crescimento, ainda assim, o medo da dor deste aprendizado, nos paralisa. E vemo-nos repetindo, como crianças amedrontadas: Agora não! Assim não! Ainda não! De novo, não!
          Somos defrontados com doenças, em nós ou em quem amamos, com situações ameaçadoras à nossa vida ou à vida dos que nos são mais queridos, com ameaças às nossas mais intensas vontades, sob qualquer aspecto... Com  os perigos que possam rondar nosso mundo, nossos desejos , nossos apegos...  Como é difícil  abrir mão de nossas razões, de nossos desejos mais imediatos no mundo... 
          Tudo isso que misturo em minha mente e tento segurar em minhas mãos, quando ameaça fugir ao meu controle, me assusta, me agonia e quanto, mais e mais, luto para não perdê-los,  mais e mais, sinto-me presa ao medo de tristes possibilidades futuras. Pensando assi, em círculos, chego, muitas vezes. ao desespero...
           Como sair desse impasse? Minha mente, agoniada, aprisionada,  desesperada, não me permite, nesse momento, soltar-me desse contexto. Tenho, às vezes, que inverter a ordem desse lema e buscar, primeiro,  a força necessária em Deus para então desligar-me dos pensamentos que me submetem e atormentam. Em oração, um apelo simples e humilde, mas poderoso, me sintoniza com Deus e entrego–me, então, à sua tranquilidade  e serenidade. Depois, procuro fazer a minha parte, ocupando-me com a realidade e com as atividades do Agora, do Momento, facilitando assim meu desligamento mental e emocional das ameaças imaginadas no futuro. Dessa forma, consigo Soltar-me e vou aos poucos voltando à tranquilidade. 
           Hoje sei que esse Poder Maior de Amor é o meu refúgio e minha força.