Somos criaturas de Deus; somos fruto desse Grande Silêncio.
Talvez por isso ansiemos por um mínimo de silêncio para nos apaziguar e nutrir.
É bom lembrar que, em meio a todo tumulto e barulho em que nos vemos, existem
muitos silêncios.
A Vida traz o movimento e seus ruídos. Ruídos da natureza
que nos cerca, das pessoas, das nossas relações. Ruídos desordenados,
exagerados, estressantes, incessantes, modernizados, tecnológicos,
eletrônicos... Ruídos de nossas relações
afetivas, possessivas... Relações de ter, de parecer, de poder... Gritos
dolorosos doo “Silêncios do mal”, de abandono, do desprezo, das ameaças veladas... São
ruídos externos, ruídos que nos chegam de fora, do mundo, que nos chamam, que querem
respostas, que criam necessidades e hábitos, que nos cansam e escravizam...
E existem os ruídos internos, criados por nossa mente sempre
alerta, tagarela, trabalhosa, trabalhando todo o tempo num diálogo sem fim com
nossos mundos externos e internos. São gritos e sussurros do passado e alertas
contínuos para o futuro, falas insistentes de
expectativas agoniantes ... Esse movimento desordenado e excessivo de
nossa mente rebelde, teimosa e prepotente, alimentado e retroalimentado pelo
mundo agitado e apressado à nossa volta, nos tira a energia e cansa. E, mesmo
assim, continuamos com projetos, julgamentos, cobranças, culpas, desculpas... É
uma barulheira constante e ensurdecedora!
Então sonhamos fugir em busca do Silêncio. Silêncio do Bem, da aceitação, do
desfrutar... Buscamos o Silêncio Sereno nos sussurros da Natureza exterior – na
brisa nas árvores, na água corrente, nos sons ao longe de animais... É um Silêncio
que nos envolve de mansinho, que nos reconforta, que não exige respostas... Da
mesma forma é o Silêncio Sereno que nos une na companhia de quem amamos, suave,
sem palavras...
Mas de nada adianta fugirmos do mundo, mesmo buscando a
Natureza e o Amor, se o carregamos em nossa mente conturbada. Precisamos
silenciá-la. E como isso é difícil! Precisamos tanto do Silêncio, mas como ir
superando o mau hábito de nos entregarmos aos condicionamentos de nossa mente
mundana e egóica? Acredito que só posso
silenciá-la, pacientemente, um pouquinho de cada vez, quando me aquieto e desfruto
o Momento, observando, sem julgamentos ou planos, apenas respirando e
aceitando... A Saúde, a Sanidade e a
Serenidade, só posso encontrá-las no equilíbrio entre o Silêncio que vem da
Alma, que nutre nossa Alma e o cuidado com os ruídos da mente, que controlam
emoções e interagem com nosso corpo.
Silêncio é oração
e meditação, pois ele permite a nossa conexão com o Silêncio Maior de nossa origem.
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