Somos seres de grupo. Gostamos, e precisamos, estar em
grupos. Quaisquer grupos: família, religião, cultura, política... Necessitamos
pertencer, ter quem nos valide, nos ame, nos toque e troque ideias,
experiências, sentimentos... Apesar disso, necessitamos, também, espaços e
tempos para cultivarmos nossa unicidade, para saborearmos melhor quem somos.
Esse é talvez nosso maior desafio: Ser quem somos e Estar em
grupo.
A Vida nos aproxima e nos distancia. Em Família, isso fica
bem marcado em vínculos fortes com nossos pais, irmãos, filhos e companheiros.
Usufruímos deles, aprendemos a amar e estar com eles, mesmo sendo muito
diferentes, mesmo competindo, mesmo brigando, mas sempre nos garantindo um
sentido de proximidade e pertencimento.
A distância entre nós, seja pela morte, seja pelas
circunstâncias da vida, nos traz dor, saudade, insegurança, solidão... São os mais velhos que se vão, nos deixando
como árvores sacudidas e fragilizadas em suas raízes; são crianças e jovens, que nos são
arrancados, como botões ainda apenas entreabertos, infringindo-nos o susto e o horror das dores
maiores; são companheiros que se afastam,
deixando um vazio de abraços e paixão; são os filhos que crescem e deixam o
ninho, nos deixando a procurar no horizonte motivos para revê-los...
É assim a Vida! Um longo processo de chegadas e partidas, de
proximidade e distanciamento, independentes, quase sempre, de nosso poder de
interferir. Mas existem distâncias
criadas por nós mesmos nas nossas relações mais queridas! Nossa insegurança e possessividade vão
gerando tentativas de controle, ciúme, cobranças, segredos, mentiras,
manipulações... Tudo que o medo da perda nos instiga vai, por ironia, nos
distanciando... Uns perseguem “por
amor”, outros fogem desse tipo de amor, todos se defendem e a distância vai
aumentando! Com o tempo, muitos nos acostumamos, tristes e secos, com o frio da
distância e perdemos até o jeito de estar juntos e de amar! Outros, queríamos
voltar, queríamos estar mais próximos, mas já não encontramos o caminho, não
sabemos mais como chegar!
E agora?
Essas distâncias, que nós mesmos permitimos criar, somente nós poderemos ir
diminuindo, um dia de cada vez... Como?
Acredito que cuidando de nossas próprias inseguranças, abrindo mão dos
comportamentos controladores, deixando o orgulho de lado, sorrindo como
pudermos, com gentileza e até carinho, depondo armas...
É importante olhar o
outro apenas como uma pessoa também com suas complicações e não como nosso
antagonista, alguém que traiu nossos desejos; é importante respeitar o nosso
próprio tempo e espaço (e o do outro!), demonstrando aos poucos o nosso desejo
de diminuir essa distância para um dia, afinal, de algum modo, chegar!
Querida Tude. Estava eu aqui pensando nesse pertencimento. Estar em grupos, conviver... no quanto estar comigo é importante também. Algo me lembrou, vou dar uma olhada no Blog da Tude! Nossa!Me deparo com este texto maravilhoso que eu gostaria muito de ter escrito! Gratidão Imensa
ResponderExcluirQuerida Tude. Somente para me identificar. Sou Regina França
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