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terça-feira, 11 de junho de 2019

DISTANCIAMENTO




Somos seres de grupo. Gostamos, e precisamos, estar em grupos. Quaisquer grupos: família, religião, cultura, política... Necessitamos pertencer, ter quem nos valide, nos ame, nos toque e troque ideias, experiências, sentimentos... Apesar disso, necessitamos, também, espaços e tempos para cultivarmos nossa unicidade, para saborearmos melhor quem somos. Esse é talvez nosso maior desafio: Ser quem somos e Estar em grupo.
A Vida nos aproxima e nos distancia. Em Família, isso fica bem marcado em vínculos fortes com nossos pais, irmãos, filhos e companheiros. Usufruímos deles, aprendemos a amar e estar com eles, mesmo sendo muito diferentes, mesmo competindo, mesmo brigando, mas sempre nos garantindo um sentido de proximidade e pertencimento.
A distância entre nós, seja pela morte, seja pelas circunstâncias da vida, nos traz dor, saudade, insegurança, solidão...  São os mais velhos que se vão, nos deixando como árvores sacudidas e fragilizadas em suas raízes;  são crianças e jovens, que nos são arrancados, como botões ainda apenas entreabertos,  infringindo-nos o susto e o horror das dores maiores;  são companheiros que se afastam, deixando um vazio de abraços e paixão; são os filhos que crescem e deixam o ninho, nos deixando a procurar no horizonte motivos para revê-los...
É assim a Vida! Um longo processo de chegadas e partidas, de proximidade e distanciamento, independentes, quase sempre, de nosso poder de interferir.   Mas existem distâncias criadas por nós mesmos nas nossas relações mais queridas!  Nossa insegurança e possessividade vão gerando tentativas de controle, ciúme, cobranças, segredos, mentiras, manipulações... Tudo que o medo da perda nos instiga vai, por ironia, nos distanciando...    Uns perseguem “por amor”, outros fogem desse tipo de amor, todos se defendem e a distância vai aumentando! Com o tempo, muitos nos acostumamos, tristes e secos, com o frio da distância e perdemos até o jeito de estar juntos e de amar! Outros, queríamos voltar, queríamos estar mais próximos, mas já não encontramos o caminho, não sabemos mais como chegar!
         E agora? Essas distâncias, que nós mesmos permitimos criar, somente nós poderemos ir diminuindo, um dia de cada vez... Como?  Acredito que cuidando de nossas próprias inseguranças, abrindo mão dos comportamentos controladores, deixando o orgulho de lado, sorrindo como pudermos, com gentileza e até carinho, depondo armas...
 É importante olhar o outro apenas como uma pessoa também com suas complicações e não como nosso antagonista, alguém que traiu nossos desejos; é importante respeitar o nosso próprio tempo e espaço (e o do outro!), demonstrando aos poucos o nosso desejo de diminuir essa distância para um dia, afinal, de algum modo, chegar! 

2 comentários:

  1. Querida Tude. Estava eu aqui pensando nesse pertencimento. Estar em grupos, conviver... no quanto estar comigo é importante também. Algo me lembrou, vou dar uma olhada no Blog da Tude! Nossa!Me deparo com este texto maravilhoso que eu gostaria muito de ter escrito! Gratidão Imensa

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  2. Querida Tude. Somente para me identificar. Sou Regina França

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