Em nossa
caminhada pela vida, falhamos, falhamos e falhamos... Falhas pequenas,
deslizes, e outras imensas, chocantes, “imperdoáveis”! Algumas que nos
prejudicaram, outras que atingiram outras pessoas... Muitas vezes erramos
porque acreditávamos ter a obrigação arrogante de perseguir a perfeição, outras
porque nos acomodamos ou nos acovardamos, outras ainda, porque nos arvoramos em
ser Deus, querendo decidir o destino de quem amávamos, ou ainda, porque, sucumbindo às nossas carências e à força de nossos
desejos, atropelamos pessoas, descuidamos dos mais frágeis ...
Enfim, erramos. E quando conseguimos
admitir nossas falhas, tendo um despertar de nossa consciência, nos vimos prisioneiros
do passado, na agonia do remorso.
Acreditamos, então, que merecemos essa eterna punição, que nos faz ficar
remoendo o erro, com dor, vergonha,
culpa... Acreditamos estar, assim, sendo
humildes e piedosos, sem perceber que
estamos sendo orgulhosos e arrogantes, porque, afinal, podemos até perdoar aos outros, pessoas
comuns, nas não a nós mesmos! O remorso é uma contínua punição, como uma
vingança que merecemos sofrer muito por ter falhado tanto! Sem perdão!
E ali ficamos, encalhados no remorso,
até entendermos que, perdoar é, antes de tudo, aceitar com humildade, que
somos falíveis, que somos seres ainda em construção. É aceitar que o passado
não volta para ser consertado, mas o presente existe, como um aval de Deus
acreditando em nós, para buscarmos ser melhores.
Com a humilde aceitação do que fomos,
do que conseguimos ser no passado, podemos abandonar o remorso destrutivo e
estéril e substitui-lo pelo arrependimento que nos liberta para a
responsabilidade de construirmos um caminho mais consciente e consistente com o
aprendizado que tivemos através dos erros.
Lembrar dos erros e falhas, sempre vai
doer, mas não é sadio ficar remoendo a dor! Desse passado basta-nos, com
humildade, o aprendizado contínuo de quem fomos, de quem somos, do que podemos ser
nesse eterno caminhar. O perdão a nós mesmos é aceitação do passado, torna-se
uma libertação! Mas, preciso entender que, também ele, é um
processo dentro de nós.
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