Como animais pequenos e tolos, somos sempre atraídos
pelo que nos oferecem de prazer e “felicidade”. Primeiro os mais básicos;
proteção e alimento para sobrevivência física. Depois, já mais “fortalecidos”,
somos atraídos pelo “amor” e pela “valorização“, que nos são oferecidos através
de carinhos, elogios, adulação, poder,
sucesso, riquezas...
Mas quando sentimos que a armadilha se fecha, tanto
para animais como conosco, quando entendemos que estamos aprisionados em
situações que antes aceitamos e até desejamos, quando tudo que recebemos não nos
nutre um vazio maior, não anula o medo do abandono... Então, o anseio por liberdade fala mais forte
e nos debatemos, lutamos para sair...
E “Com gente é
diferente”, É mais complexa a falta dessas nutrições mais altas(espirituais) e
a luta, até que, finalmente, entendemos
que as trancas dessas armadilhas só podem ser abertas por nós mesmos. Os
prazeres do mundo, do ego, montaram a armadilha, mas só nós mesmos poderemos
entender nosso papel nesse jogo e nos libertar!
Gritamos agora por liberdade,
dignidade, amor e valorização interior e essa é a nossa luta.
É muito difícil o processo da libertação, porque nos
sentimos fracos e completamente enredados em nossas relações. Estamos
acostumados a buscar valor e nutrição afetiva no mundo fora: em pais, filhos,
amantes, amigos, no mundo maior! Ainda não acreditamos em nosso próprio valor e
não aprendemos a nos amar com carinho, gentileza, confiança...
Nossos
“senhores afetivos” também não sabem que os carcereiros estão tão presos quanto
seus subjugados e não querem abrir mão dos jogos de poder e manipulação, em
nome do amor.
Precisamos efetivamente e pacientemente entender nosso
papel nesse jogo que tanto nos anula e escraviza uns aos outros: o prisioneiro
e o carcereiro, o esperto e o tolo, o poderoso e os subjugados, o sucesso e o
seguidores, o que manda e o que obedece... Isso nos leva sempre a uma agonia ou
ao que nos anestesia!
O que essas
armadilhas nos ofereciam, ou oferecem?
O conforto alimentado por nossa acomodação preguiçosa? O sexo sem
compromisso? O sexo como arma de poder, de manipulação ou de carência? Ou foi o
medo orgulhoso de ser preterido? Ou é a vaidade soberba de nos mostrarmos
superiores? Será a vontade de “dar o troco” que nos mantem acorrentados!? Qual
o ganho que tinha e já não me serve mais?...
Preciso me entender. Preciso me olhar com calma,
coragem amorosa, com compaixão honesta e firme, com carinho e gentileza. É um
processo paciente, para ir tirando a ferrugem dessas trancas em mim. É um
despertar da força e da humildade em mim! É importante observar a humanidade
dos outros para entender melhor a minha. É fundamental a entrega ao amor de
Deus através de contínua oração, pedindo força e orientação!
O preço da liberdade é o eterno cuidado honesto e
amoroso conosco.
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