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terça-feira, 17 de agosto de 2021

ARMADILHAS

 


           Como animais pequenos e tolos, somos sempre atraídos pelo que nos oferecem de prazer e “felicidade”. Primeiro os mais básicos; proteção e alimento para sobrevivência física. Depois, já mais “fortalecidos”, somos atraídos pelo “amor” e pela “valorização“, que nos são oferecidos através de  carinhos, elogios, adulação, poder, sucesso, riquezas...

            Mas quando sentimos que a armadilha se fecha, tanto para animais como conosco, quando entendemos que estamos aprisionados em situações que antes aceitamos e até desejamos, quando tudo que recebemos não nos nutre um vazio maior, não anula o medo do abandono...  Então, o anseio por liberdade fala mais forte e nos debatemos, lutamos para sair...

            E  “Com gente é diferente”, É mais complexa a falta dessas nutrições mais altas(espirituais) e a luta, até que, finalmente,  entendemos que as trancas dessas armadilhas só podem ser abertas por nós mesmos. Os prazeres do mundo, do ego, montaram a armadilha, mas só nós mesmos poderemos entender nosso papel nesse jogo e nos libertar!   Gritamos agora por liberdade, dignidade, amor e valorização interior e essa é a nossa luta.

            É muito difícil o processo da libertação, porque nos sentimos fracos e completamente enredados em nossas relações. Estamos acostumados a buscar valor e nutrição afetiva no mundo fora: em pais, filhos, amantes, amigos, no mundo maior! Ainda não acreditamos em nosso próprio valor e não aprendemos a nos amar com carinho, gentileza, confiança...

             Nossos “senhores afetivos” também não sabem que os carcereiros estão tão presos quanto seus subjugados e não querem abrir mão dos jogos de poder e manipulação, em nome do amor.

             Precisamos efetivamente e pacientemente entender nosso papel nesse jogo que tanto nos anula e escraviza uns aos outros: o prisioneiro e o carcereiro, o esperto e o tolo, o poderoso e os subjugados, o sucesso e o seguidores, o que manda e o que obedece... Isso nos leva sempre a uma agonia ou ao que nos anestesia!

            O que essas armadilhas nos ofereciam, ou oferecem?    O conforto alimentado por nossa acomodação preguiçosa? O sexo sem compromisso? O sexo como arma de poder, de manipulação ou de carência? Ou foi o medo orgulhoso de ser preterido? Ou é a vaidade soberba de nos mostrarmos superiores? Será a vontade de “dar o troco” que nos mantem acorrentados!? Qual o ganho que tinha e já não me serve mais?...

             Preciso me entender. Preciso me olhar com calma, coragem amorosa, com compaixão honesta e firme, com carinho e gentileza. É um processo paciente, para ir tirando a ferrugem dessas trancas em mim. É um despertar da força e da humildade em mim! É importante observar a humanidade dos outros para entender melhor a minha. É fundamental a entrega ao amor de Deus através de contínua oração, pedindo força e orientação!

            O preço da liberdade é o eterno cuidado honesto e amoroso conosco.



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