Já se disse que que o propósito maior de nascermos é Aprender
a Amar. Na verdade, pouco sabemos sobre
o AMOR, porque nos foi ensinado
que amar é possuir, cuidar, dirigir, prender, cobrar, vigiar... o Outro! Nosso
foco de atenção é externo, está sempre no objeto de nosso apego – o Outro.
Amamos com medo de perder “aquilo” que nos dá prazer, que nos “completa”, que
dá significado à nossa vida, que nos ama e valoriza... Amamos e queremos ser
amados numa troca amorosa e perversa que nos aprisiona, que tantas vezes
sufoca, que nos mantem culpados e medrosos de perder, eternamente carentes... Amamos com as crenças de nosso ego e nosso ego
quer sempre dar para receber, dar e cobrar obediência à nossa orientação, dar e
exigir dedicação, dar e esperar gratidão... Quando isso não acontece ficamos
tristes, magoados, ressentidos, abandonados, até desesperados... Não importa o
objeto de nosso “amor” (pessoas, coisas, animais).É assim que aprendemos a
amar. Talvez por isso sabemos que Amar é Sofrer!
Depois de muito sofrer (e fazer sofrer) nos foi revelado que esse
aprendizado está trocado, precisa começar em nós mesmos! Como? Com um olhar curioso, interessado e honesto sobre
essa pessoa que preciso conhecer para amar! Quem sou eu? Como sou? O que
desejo, penso, sinto, faço... O que me faz sorrir ou chorar?...O que me envergonha...
O que quero mudar e ainda não consigo?...
Aprendendo a olhar para mim, vou aos poucos conhecendo partes
desse mistério único que sou, vou começando a ter intimidade e carinho comigo
mesmo, vou aprendendo a me perdoar pelo passado e pelo que, ainda e só por hoje,
não consigo modificar...
Todo esse processo é longo porque eternos somos nós. É um
processo que deve ser feito com gentileza, bom humor, aceitação, paciência,
generosidade, compaixão, respeito e coragem... valorizando nossas pequenas
conquistas, aceitando nossas insistentes falhas com humildade, respeitando nosso
tempo, acreditando em nós e em nossa Origem Sagrada, entendendo que isso faz parte
do aprendizado do Amor. É assim a construção da autoestima, da auto confiança,
do auto respeito do amor próprio!
Quanto mais vou aprendendo e cuidando de quem sou, da minha
humanidade, mais posso avaliar as dificuldades do Outro e, então, ser amoroso e
compreensivo com sua humanidade. É assim! O amor começa em mim, me ensina e
desperta, para poder chegar ao Outro de modo livre e incondicional.