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segunda-feira, 16 de maio de 2022

COM LEVEZA ...

 


         Fomos criados acreditando que a Virtude era um bem a ser buscado com muita seriedade. Os valores da Virtude  (verdade, generosidade. Respeito, compaixão...) nos eram ensinados, e cobrados, de forma séria e pesada. Em casa, na escola, nas igrejas, todo esse assunto era tratado com   muita seriedade, como um catecismo cobrado por um Deus Sério e zangado, de forma onde se louvava o que era certo de modo sério e pesado.

Erros, falhas, geravam castigos, culpas... Os bons, os santos, o “próprio Deus”, não eram de brincadeiras, risos, humanidades... Estavam sempre sofridos pelas falhas de nós e do Mundo. Pinturas e retratos demonstram suas faces doídas, sofridas, sacrificadas, pesadas...

Mulheres precisavam ser “mulheres sérias”, chorosas ou tristes e sacrificadas ou zangadas. Mães, muito mais! Mulheres risonhas que brincam, que cantam e dançam não são sérias, não são bons exemplos!

Nossa cultura e religiões nos passam isso. Internalizamos uma virtude perfeita e a necessidade de sermos perfeitos- qualquer erro ou falha gera culpa! Como não conseguimos essa perfeição aprendemos a relativizar nossos erros com algum cinismo, mas ainda assim com culpa. E quando nos arrependemos, somos corroídos pelo remorso. Tudo tão difícil e pesado!  

A Virtude, na verdade, não é pesada! Ser bom, verdadeiro, generoso, leal... nos traz uma alegria natural, sem cobrança de perfeição, atendendo ao que podemos... Viver com aceitação de nossas virtudes e falhas nos faz mais atuantes e autênticos em nossas próprias vidas. Voltar a sorrir com leveza a cada dia é um ato de

ressignificação da minha humanidade e de uma nova crença de ser Humano e de Deus. Quero acreditar na beleza e leveza do Amor de Deus. Quero amar e viver com essa leveza. Sei que é muito difícil quebrar essa imagem de seriedade em mim e nos outros.

Preciso trabalhar continuamente e pacientemente para diluir essas crenças pesadas e adoecidas, que me aprisionam, me punem e me fazem sempre julgar e condenar.

Preciso me lembrar que já se disse:  “A Seriedade pode se transformar em uma séria patologia!”


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