Fomos
criados acreditando que a Virtude era um bem a ser buscado com muita seriedade.
Os valores da Virtude (verdade,
generosidade. Respeito, compaixão...) nos eram ensinados, e cobrados, de forma
séria e pesada. Em casa, na escola, nas igrejas, todo esse assunto era tratado com
muita seriedade, como um catecismo cobrado por
um Deus Sério e zangado, de forma onde se louvava o que era certo de modo sério
e pesado.
Erros, falhas, geravam castigos, culpas... Os bons, os
santos, o “próprio Deus”, não eram de brincadeiras, risos, humanidades...
Estavam sempre sofridos pelas falhas de nós e do Mundo. Pinturas e retratos
demonstram suas faces doídas, sofridas, sacrificadas, pesadas...
Mulheres precisavam ser “mulheres sérias”, chorosas ou
tristes e sacrificadas ou zangadas. Mães, muito mais! Mulheres risonhas que
brincam, que cantam e dançam não são sérias, não são bons exemplos!
Nossa cultura e religiões nos passam isso. Internalizamos uma
virtude perfeita e a necessidade de sermos perfeitos- qualquer erro ou falha gera
culpa! Como não conseguimos essa perfeição aprendemos a relativizar nossos
erros com algum cinismo, mas ainda assim com culpa. E quando nos arrependemos,
somos corroídos pelo remorso. Tudo tão difícil e pesado!
A Virtude, na verdade, não é pesada! Ser bom, verdadeiro,
generoso, leal... nos traz uma alegria natural, sem cobrança de perfeição,
atendendo ao que podemos... Viver com aceitação de nossas virtudes e falhas nos
faz mais atuantes e autênticos em nossas próprias vidas. Voltar a sorrir com
leveza a cada dia é um ato de
ressignificação
da minha humanidade e de uma nova crença de ser Humano e de Deus. Quero acreditar
na beleza e leveza do Amor de Deus. Quero amar e viver com essa leveza. Sei que
é muito difícil quebrar essa imagem de seriedade em mim e nos outros.
Preciso trabalhar continuamente e pacientemente para diluir
essas crenças pesadas e adoecidas, que me aprisionam, me punem e me fazem
sempre julgar e condenar.
Preciso me lembrar que já se disse: “A Seriedade pode se transformar em uma séria
patologia!”
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