Sempre precisamos de companhia. Nada somos sozinhos, sequer
sobreviveríamos ao nascer. Tivemos a presença da família, dos mestres... até de
desconhecidos. Mas algumas companhias, em determinadas fases de nossa vida,
marcaram-nos de forma diferente e especial – foram eles nossos Bons
Companheiros.
Na Infância, quando descobríamos o mundo, foram nossos
alegres parceiros nas brincadeiras, nas “broncas”, nos sustos, nos pequenos
segredos, nos primeiros desafios na rua, na escola... Companheiros no riso, nos
choros, nas raivas e tristezas logo esquecidas, na inocência... São
Companheiros que jamais esquecemos, mesmo na distância, no tempo...
Na adolescência, assustados e querendo encarar o mundo,
alguns companheiros se destacavam e nos fascinavam pela capacidade de
desafiarem o mundo adulto com suas regras e organização. Juntos, rimos
buscávamos essa liderança para afugentar nossos medos. Juntos, demos nossas
primeiras “derrapadas” e sofremos
consequências, castigos, mas jamais os esquecemos...
Na idade adulta, com suas lutas, novos desafios e responsabilidades,
já ríamos menos, mesmo quando ainda transgredíamos. As consequências eram mais
doídas, com perdas e danos maiores e mais abrangentes. Nessa fase os bons
companheiros foram aqueles que permaneceram conosco, acolhendo... nos deixando
descobrir o valor dos Bons Amigos.
Mas, em alguns de nós, quando as dores maiores nos alcançaram, quando nos sentimos perdidos, quando nem o carinho e o amor do mundo resolveram nossa desorientação, quando perdemos o rumo de Deus... Esse Deus se fez presente e nos fez descobrir os Bons Companheiros Anônimos. Companheiros que nos acolhem, iguais em nossa humanidade sofrida, que nos ouvem, mas não cobram, não julgam ou condenam, que aceitam quem somos. Nesse compartilhar honesto e verdadeiro descobrimos nossos medos, covardias, mesquinharias, fraquezas, delírios de grandeza, controle, vaidade, orgulho, arrogância... Companheiros que também se revelam, numa troca de amor e confiança, numa catarse continuada, em busca de uma limpeza da alma e do melhor em nós mesmos. Nesse compartilhar de humanidades, aprendemos a confiar. Com eles criamos uma intimidade que não desfrutamos com ninguém mais nessa vida! Descobrimos juntos um Deus Amoroso do qual somos Sementes Sagradas e juntos ali aprendemos a cumprir nossas potencialidades de seres espirituais: humildade, verdade, respeito, atitude, generosidade, compaixão...
Todos esses Bons Companheiros nos trouxeram momentos inesquecíveis. Seus rostos, sorrisos, falas, atitudes...nos acompanham pela vida afora e, acredito eu, até depois do “fim”. São companheiros que chegaram, muitos se foram no tempo, mas para sempre ficaram em nossa história e em nosso coração.
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