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domingo, 26 de junho de 2022

PROCRASTINAÇÂO II

 


         É um estado de paralisia que nos acomete quando precisamos agir em resposta às nossas escolhas e decisões. A acomodação, a insegurança e o medo tornam-se tão pesados, que passamos a fugir da ação, adiando-a. procrastinando-a sobre as questões que,  mesmo parecendo simples para alguns, nos incomodam mais em algum nível mais escondido.

Na espera, presos na zona de insegurança entre nossas crenças arraigadas e dificuldade de sermos assertivos, ficamos remoendo dúvidas nas escolhas feitas (que queríamos serem as perfeitas!), ou sobre nossa força e competência para encarar as novas situações.

A procrastinação, o eterno adiamento da ação, nos mantém  numa “zona de desconforto”, na verdade, sem descanso ou conforto, na medida em que somos atormentados por uma cobrança contínua, interior ou exterior, de ação,  de busca de uma solução.

Nossos pensamentos se tornam repetitivos, cansativos, por mais que tentemos fugir deles com outras distrações mentais. Eles sempre voltam, numa cobrança interna ou externa, irritante e desgastante. O medo, covardia, insegurança, acomodação têm um custo emocional muito grande, enquanto nos mantivermos prisioneiros nessa inação agoniada.

O antídoto para essa situação que nos envenena está na Ação. Já tivemos dúvidas, já ponderamos, já escolhemos o que nos pareceu melhor no momento...  Agora é agir! Vai dar certo? Não sabemos! O que é “dar certo”?    É fortalecer-se no caminhar, nas descobertas de novas possibilidades, novas escolhas, novas situações... É estar Vivo!



domingo, 19 de junho de 2022

A C O L H E R

 


         Acolher é receber no coração aquele que chega, aquele que pede, aquele que vem... Esse acolhimento se traduz na atenção, na escuta interessada, na empatia que abraça, no olhar direto, no sorriso de boas vindas... Acolher assim é como a promessa e o desejo de encontros mais aprofundados, de um compartilhar novo e cheio de novas ideias, sentimentos, histórias...

         Aquele que chega solicitando acolhida em nossa vida e/ou em nosso grupo, também traz o que oferecer! Faz parte do acolhimento, saber receber o que nos é oferecido. Acolher não é uma “caridade”, uma doação a quem precisa, a quem possui menos, a quem está precisando mais ... É aceitá-lo e respeitá-lo pelo que é e pelo que pode!

         Acolher o Outro é sempre um desafio, seja em nossa intimidade, em nossas vidas familiares ou em outros grupos (religiosos, de estudos, de trabalho, grupos anônimos, ... O Outro é diferente de nós (ou do que acreditamos ser) pessoalmente ou em grupo. O Outro pode ser bom, mau, simpático, antipático, autoritário, tímido, arrogante, gentil, esnobe, humilde, complexado ...

         Acolher esse Outro em seus aspectos tão humanos  (bons e maus) nos confronta com esses aspectos, diferentes e desconhecidos de nós mesmos. Isso pode nos lançar em uma admiração imensa e/ou numa rejeição e antipatia, mas será  sempre uma oportunidade para conhecer e poder acolher a nós mesmos, à nossa humanidade. Acolher é uma oportunidade e  um desafio a ser encarado com generosidade, boa vontade, compreensão e atenção, sempre com respeito aos limites individuais que devem reger qualquer grupo humano.



domingo, 12 de junho de 2022

QUANDO ESCOLHO ACREDITAR NA LUZ

 


            Num momento mundial tão difícil para todos nós, com guerras, doenças, disputas vaidosas e a tecnologia espalhando em tempo real o poder do mal entre nós, precisamos estar atentos ao fazer nossas escolhas de no que acreditar – na escuridão ou na Luz?   

            Posso escolher o lado escuro e pessimista e não acreditar em soluções pacíficas. Posso escolher a “luta contra” o mal, lutando  sempre para expulsar (ou esperar) o pior.  Posso, assim, me colocar no lugar de Deus (que parece estar inoperante!) e me sentir um justiceiro divino, desconfiado, vaidoso de ser “melhor”, julgando o “mal nos outros”, condenando, atacando sempre, jamais ouvindo, sem amor, zangado, com muita raiva, com a soberba esnobe dos que escolheram “defender” e decidir pelos outros,  Lutando contra o mal...

              Meu mundo fica sombrio e doentio sob esse véu escuro no pensar e no olhar. Nada crio ou edifico de bom, porque estou preso à luta contra o mal. Minhas relações, mesmo as mais próximas e queridas, ficam secas, áridas, mirradas, sem a irrigação amorosa da aceitação, do respeito, sem a água do sorriso, da boa vontade, da esperança...

              Mas por que escolher não acreditar na Luz que existe, ainda que escondida em cada um de nós e tentando se revelar através de um novo olhar, da honestidade e generosidade, em busca de dias melhores...? Por que não acreditar que vamos superar os males e as misérias que nossa própria ganância, covardia, egoísmo... criaram? Por que não acreditarmos que, aos poucos, iremos fortalecendo e acendendo a Luz Sagrada que nos habita e construiremos realidades cada vez melhores, mais justas e amorosas? Por que não acreditar num Deus de Amor e Sabedoria, que sempre acreditou e espera por nós?

               Remoer e Lutar contra a escuridão ou crer nas possibilidades e no poder criativo da Luz ...  A Esperança e Alegria em nosso olhar e nossas vidas, dependem de nossa escolha !  



domingo, 5 de junho de 2022

É Tão triste...

 


         E a gente se acostuma!!! Não entendemos como tudo ficou assim! Havia tanto amor, tanto carinho! Era tão gostoso estarmos juntinhos! Havia alegria quando nos víamos e, quando separados, havia vontade de logo voltarmos a estar juntos... ´Éramos nós com nossos filhos pequenos, era o casal que sonhou junto um futuro de puro prazer e amor... Mas agora acabou!!! O que mudou? Em que pedaço do caminho nós perdemos a gostosura de estarmos juntos, se ainda nos amávamos? Por que ficamos divididos entre o alívio da distância e a dor da saudade? O que fizemos com nosso Amor?

Podemos pensar que foi porque os filhos cresceram, porque nós mesmos crescemos e tivemos novos interesses, porque o tempo e a vida nos levaram para longe uns dos outros, ou porque o casal já está junto há muito tempo...  Não podemos trocar de filhos ou pais, mas acreditamos que trocando os parceiros tudo vai dar certo e tristemente verificamos que o mesmo mal está corroendo até a nova relação!  Desanimados, amargos, cansados, conformados, justificamos a secura e aridez em nossas relações pensando: É assim mesmo com todo mundo!

Que mal é esse que corrói a doçura de nossos amores? Será que o mal nasce na crença de que amar é misturar quem somos, de que amar é tentar dominar para “cuidar”, porque o outro é “o Meu Amor”! Será que é porque queremos nos mostrar “ o melhor”, o que tem razão?... Sob essa ótica equivocada, tudo começa a incomodar, até o caminhar abraçados com nossas passadas tão diferentes... E  vamos ficando impacientes com as dificuldades ao descobrir nossas diferenças! E a impaciência constante gera irritação, grosseria, agressividade, desamor, mesmo dentro do amor!

Nossas relações com estranhos, não contaminadas por essas crenças tortas, tornam-se muito mais sadias e respeitosas. Assim, nos tornamos bons para “Uso Externo”! No delírio de posse (e para nos defender do mesmo delírio do Outro), de querer saber quem é o melhor, o que é melhor para o Outro, de reclamar, de cobrar ... Nessa disputa, mesmo apegados a quem amamos, perdemos o cuidado com o próprio Amor.

O Amor é um sentimento espiritual! Requer cuidados espirituais! Requer Respeito a quem somos e ao Outro; requer Gentileza no trato porque Gentileza constante  é uma forma  constante de Carinho e Cuidado; requer Generosidade com quem amamos e Gratidão com quem nos ama, requer sermos Solidários nos momentos difíceis.  Requer Respeito conosco mesmos, aprendendo a sermos Honestos e Assertivos com Firmeza e Gentileza, no cuidado com nosso espaço...

Como já disseram os poetas, “Cuidar de Amor exige Mestria”, mas vale a pena para não chegarmos a ficar “como pedras que choram sozinhas no mesmo lugar”, esperando que a morte, misericordiosamente, num dia triste nos liberte! É tão triste!!!

Aos que iniciam uma vida juntos, fica um alerta para os cuidados simples com o Amor. Aos que tem suas relações já muito desgastadas pela falta de cuidados ao longo do tempo, fica a lembrança de que podemos  resgatar, senão aquele amor, pelo menos a cordialidade e a amizade, em respeito ao início de nossos sonhos. A receita é simples -Respeito e gentileza!