E a gente se
acostuma!!! Não entendemos como tudo ficou assim! Havia tanto amor, tanto
carinho! Era tão gostoso estarmos juntinhos! Havia alegria quando nos víamos e,
quando separados, havia vontade de logo voltarmos a estar juntos... ´Éramos nós
com nossos filhos pequenos, era o casal que sonhou junto um futuro de puro
prazer e amor... Mas agora acabou!!! O que mudou? Em que pedaço do caminho nós
perdemos a gostosura de estarmos juntos, se ainda nos amávamos? Por que ficamos
divididos entre o alívio da distância e a dor da saudade? O que fizemos com
nosso Amor?
Podemos pensar que foi porque os filhos cresceram, porque nós
mesmos crescemos e tivemos novos interesses, porque o tempo e a vida nos
levaram para longe uns dos outros, ou porque o casal já está junto há muito
tempo... Não podemos trocar de filhos ou
pais, mas acreditamos que trocando os parceiros tudo vai dar certo e tristemente
verificamos que o mesmo mal está corroendo até a nova relação! Desanimados, amargos, cansados, conformados, justificamos
a secura e aridez em nossas relações pensando: É assim mesmo com todo mundo!
Que mal é esse que corrói a doçura de nossos amores? Será que
o mal nasce na crença de que amar é misturar quem somos, de que amar é tentar
dominar para “cuidar”, porque o outro é “o Meu Amor”! Será que é porque queremos
nos mostrar “ o melhor”, o que tem razão?... Sob essa ótica equivocada, tudo
começa a incomodar, até o caminhar abraçados com nossas passadas tão
diferentes... E vamos ficando
impacientes com as dificuldades ao descobrir nossas diferenças! E a impaciência
constante gera irritação, grosseria, agressividade, desamor, mesmo dentro do
amor!
Nossas relações com estranhos, não contaminadas por essas
crenças tortas, tornam-se muito mais sadias e respeitosas. Assim, nos tornamos bons
para “Uso Externo”! No delírio de posse (e para nos defender do mesmo delírio
do Outro), de querer saber quem é o melhor, o que é melhor para o Outro, de reclamar,
de cobrar ... Nessa disputa, mesmo apegados a quem amamos, perdemos o cuidado com
o próprio Amor.
O Amor é um sentimento espiritual! Requer cuidados
espirituais! Requer Respeito a quem somos e ao Outro; requer Gentileza
no trato porque Gentileza constante é
uma forma constante de Carinho e
Cuidado; requer Generosidade com quem amamos e Gratidão com quem
nos ama, requer sermos Solidários nos momentos difíceis. Requer Respeito conosco mesmos,
aprendendo a sermos Honestos e Assertivos com Firmeza e Gentileza, no cuidado
com nosso espaço...
Como já disseram os poetas, “Cuidar de Amor exige Mestria”,
mas vale a pena para não chegarmos a ficar “como pedras que choram sozinhas no
mesmo lugar”, esperando que a morte, misericordiosamente, num dia triste nos
liberte! É tão triste!!!
Aos que iniciam uma vida juntos, fica um alerta para os
cuidados simples com o Amor. Aos que tem suas relações já muito desgastadas
pela falta de cuidados ao longo do tempo, fica a lembrança de que podemos resgatar, senão aquele amor, pelo menos a
cordialidade e a amizade, em respeito ao início de nossos sonhos. A receita é
simples -Respeito e gentileza!