O passado está sempre nos chegando em flashes, em ecos
ressoantes, alguns doces e suaves, outros rascantes, ainda nos
assombrando... Não devemos nos demorar
nesse mundo fantasma e já morto, passado, a não ser com um olhar e uma escuta
atual, viva, ressignificada...
Quando sou assombrada, de modo quase sempre inesperado, por
uma lembrança muito dolorosa, consigo aceitá-la de modo diferente, com um novo
significado, ainda que com muita dor? A “morte”
física, as desilusões, as decepções, os fracassos em alguns de nossos papéis,
em família, ou não... Eu ainda reajo com os personagens julgados e condenados da
mesma maneira?
Conforme o tempo passa, conforme somos “amaciados” em nossa
própria humanidade pelos desafios e perdas, esse passado, batendo à nossa
porta, toma novos contornos, significados e cores. Julgamos menos, entendemos
mais, a nós mesmos e aos outros. Quando
mais jovens, menos vividos, somos mais radicais. Nossas lembranças eram em
preto e branco. Não havia nuances de cor, perdões e explicações. Era um mundo
cruel, frio, arrogante de “mocinhos e bandidos”.
Hoje, na medida que amadurecemos, podemos colorir essas
lembranças, ressignificando até as mais dolorosas pelo aprendizado e
redirecionamento que trouxeram às nossas vidas. E podemos agradecer as boas
lembranças pela beleza, alegria e gostosura com que nos enriqueceram...
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