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terça-feira, 31 de outubro de 2023

AS SUTILEZAS DO ORGULHO

 


Buscar as sutilezas do nosso orgulho é um trabalho todo nosso – individual!  Todos temos orgulhos, em maior ou menor grau, em aspectos diferentes de nossa personalidade. É difícil o reconhecermos, na medida que o escondemos em nós e de nós, acobertados pela vaidade, justificado pela necessidade de sermos valorizados!

O orgulhoso não percebe, mas se acredita perfeito. É teimoso, porque acredita que sabe mais, que seu modo de pensar e seus métodos são melhores. Interiormente, mesmo sem demonstrar, não aceita ajuda ou críticas, até  as mais simples, nem sugestões, opiniões, “dicas” e muito menos conselhos. “O meu caso é diferente!” Não aceita saber ter sido alvo de considerações menos elogiosas de terceiros, tornando se assim um alvo fácil de críticas disfarçadas.  Ele se melindra e magoa muito facilmente.

Ele pouco ouve, realmente. Está sempre analisando e criticando as atitudes ou dificuldades do outro, vendo como pode rebater o que foi dito, defendendo -se, justificando-se, ou tendo ideias melhores. É um ótimo analista, reconhecendo nos outros, por projeção, traços do seu próprio orgulho.

São pais devotados tentando sempre ser perfeitos e com maior saber do que os filhos, crianças ou não. Quando os filhos ficam adultos, com opiniões e escolhas próprias, têm dificuldade em aceitar a perda da primazia em suas vidas e já não serem tão necessários e donos da verdade.

Com o avançar da idade, com as perdas físicas, com desafios à sua auto suficiência e com dependências maiores, tendem a se isolar, amargurados com sua “falta de importância” e se fecham num silêncio defensivo. Não pedem auxílio e se tornam até, muitas vezes, reativos às atitudes generosas e solidárias dos outros.

Fingem ser superiores à dor dos ataques da vida ou nas relações, repetindo sempre, debaixo de suas máscaras de orgulho– “Tô nem aí!” Do alto desse pedestal superior, têm dificuldade de dar e receber carinho, estão secos e medrosos, mesmo sob uma máscara brincalhona e risonha, escondendo seus reais sentimentos, porque têm medo de parecer frágeis!

Todo orgulhoso esconde um grande Medo: medo de ser menos, de ser igual, comum e banal. Quer se destacar de alguma forma, até mesmo pelas virtudes, inclusive pela generosidade, humildade e simplicidade!! Para disfarçar e esconder esse medo, torna-se egoísta e pode até ser  capaz de tomar e justificar as piores atitudes. Ele ainda não se conhece, nem conhece seu valor único, incomparável...

O orgulho é o primeiro dos “pecados capitais” porque nos impede de nos vermos e nos revelarmos como somos. Ele nos mantém no auto engano, em eterna competição, distante das pessoas, inclusive das que mais amamos.

É importante estarmos atentos a nós mesmos, sem medo, com verdadeira humildade, porque, de repente, em alguma situação, uma reação interna, quase desapercebida, incômoda, nos revela alguma outra faceta de nosso orgulho, ainda bem escondido – Não se assuste : é apenas mais uma outra sutileza do orgulho, de nossa tola humanidade.


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