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domingo, 20 de setembro de 2009

ORGULHO



O orgulho nos isola e aprisiona na fantasia de que somos melhores, diferentes e especiais. Na verdade, todos somos diferentes e especiais, incríveis manifestações de um Poder Superior, criador e criativo. O engano, o orgulho, é acreditar que só nós é que o somos. Reféns desse delírio não queremos ouvir, porque sabemos mais e somos diferentes; não delegamos tarefas porque fazemos melhor; não nos permitimos receber porque o que temos ou desejaríamos é melhor. Preferimos ser os que podem dar, com condescendência, reforçando assim nosso senso de superioridade. Sentimo-nos orgulhosos até mesmo de sermos generosos,éticos ou humildes!? quando achamos que somos tudo isso mais e melhor que os outros. Sentimos também orgulho do que nem fizemos, apenas recebemos : nome, fortuna, beleza, inteligência, etc.
Na verdade, o orgulho quase sempre atrelado à vaidade, revela que o nosso foco está fora de nós; que precisamos estar nos comparando, competindo, demonstrando aos outros que temos mais valor, somos melhores, merecemos ser mais amados ou pelo menos mais temidos, admirados e invejados. Aprisionados nessa crença, nos isolamos e não desfrutamos da gostosura de estarmos entre iguais, acolhendo e acolhidos, nos beneficiando com um aprendizado enriquecido na troca. Orgulhosos, prosseguimos lentamente, desnutridos do amor, da alegria, da ternura, do conforto, que só o compartilhar com igualdade, em quaisquer relações, pode proporcionar.
Para desmascarar esse modo de pensar/sentir/agir precisamos descobri-lo sob os disfarces que os escondem e nos enganam. É difícil admitirmos defeitos que nos “protegem”, por isso é importante confiarmos que nos aceitaremos. É necessário mantermos o olhar que busca e procura, que quer entender sem policiar, culpar,justificar ou punir. Só então podemos baixar as defesas e começar a nos ver realmente. Nesse processo interior vamos construindo uma relação de confiança e intimidade conosco mesmos. A partir dessas descobertas, do “dar-se conta”, da aceitação, podemos iniciar o processo das mudanças, desativando essas crenças ilusórias, irreais, de superioridade e abolindo atitudes de arrogância disfarçadas.
É importante relembrar sempre que o que nos torna iguais é sermos TODOS únicos, especiais e diferentes. Entender, repetir compartilhar – até ir-se tornando uma crença, uma nova crença.

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