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sábado, 10 de abril de 2010

Crises



As crises representam impasses em nosso caminhar: a luta entre o que acreditamos que devia ser (ou o que queríamos que fosse) e o que É. Acumulamos tensões quando, rigidamente, não admitimos mudanças em nossas crenças, nossas vidas, desejos, sonhos, ideais. Isso nos leva a um estado de paralisação, de impedimento, de negação. Bloqueamos sentimentos, repetimos comportamentos, insistindo em não ver ou agir diferente, querendo perpetuar o passado e forçar o presente a se adequar a nossa visão de futuro. Quaisquer mudanças nos levam a pequenas ou grandes crises: o casamento, divórcio, re-casamento, emprego, desemprego, aposentadoria, filhos, adolescência, casamento dos filhos, netos, filhos independentes, pais dependentes, mortes ou doenças na família e tantas outras ... Nosso sistema de defesa (ego) tem muito medo de novidades. Ele se assusta, reage e luta – para nada mudar. Desgastamo-nos, sofremos tanto, tentando controlar o incontrolável – o movimento da vida!
Nessa luta, a crise denuncia o que está submerso, escondido e nosso grau de dificuldade no contacto com nossa própria essência e nas nossas relações. Ela faz aflorar o que precisa ser eliminado. Desperta a força que existe em nós, é catalisadora. A força da dor que ela trás nos empurra, sacode e leva a uma grande re-arrumação interna: o que fica e o que vai...Reforça nosso nível de escolha: ficar ou prosseguir, como ficar, como prosseguir... As mortes internas são necessárias, são as podas que precisamos para florescer melhor e funcionam como verdadeiros rituais de passagem. As crises são as pontes que precisamos atravessar para passar a um outro patamar nas relações conosco mesmos, com os outros e com Deus. É importante não forçá-las, precipitá-las, nem tão pouco fugir ou evitá-las.
“Aceitação é a solução” Aceitar as crises (ou o novo que nós assim rotulamos), naturalmente, no momento em que se apresentam, como parte do processo da vida. Aproveitá-las como oportunidade de melhor compreensão, de mudança e de libertação. Da confusão, da dor, que sentimos pela desestabilização do que acreditávamos e conhecíamos, podemos tirar o ganho de nos tornarmos um canal mais livre e desimpedido na busca da felicidade.


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