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domingo, 3 de abril de 2011

INTIMIDADE

Ando me perguntando: qual o grau de intimidade que tenho com as pessoas mais próximas em minha vida? Intimidade é sentir-me cada vez mais espontâneo, a vontade, confiante, numa relação cada vez mais transparente, livre, com profundidade. Estou conseguindo “estar” com essas pessoas dessa forma, tentando mostrar-me e vê-las fora de nossos papéis (familiares, profissionais ...), por baixo das “camisas” e “máscaras” que usamos no desempenho desses papéis? A intimidade nas relações requer, antes de tudo uma jornada interior, honesta e amorosa, que me leve a ser íntimo comigo, que me faça conhecer o conforto e segurança que desfruto quando começo a me conhecer, aceitar e amar. A partir daí nasce naturalmente o desejo de chegar ao outro, de compartilhar minhas descobertas, minha humanidade, e a possibilidade de também aceitar a humanidade dele. Gostaria que ele também chegasse assim desarmado, buscando intimidade, mas não posso cobra-lá ou impô-la. Ela será espontânea, ou não será intimidade. Porque confundimos amor com posse (material), porque queremos possuir o amor(imaterial) , ele se esvanece e só nos resta, cada vez mais, a “posse do objeto” do nosso amor (“meus filhos”, “meus pais”, “meu companheiro”...). Estamos tão próximos pelo sangue, pelo casamento, pelo sexo, pelos papéis familiares, que acreditamos poder e dever invadir seus espaços, desrespeitar seus corpos, sua vontade, seus pensamentos, seus sentimentos...acreditamos que isso é intimidade! Ocupados assim com os outros, não nos ouvimos e sentimos, não criamos intimidade, realmente, com quem somos. Distantes de nós mesmos, passamos a nos relacionar sem clareza, sem soltura, sem verdade. Nossos desejos e sentimentos vão se tornando cada vez mais secretos e nós, distantes. É um triste paradoxo: porque somos tão próximos, forçamos uma “intimidade “ invasiva que só nos afasta. As relações perdem profundidade e transparência, tornam-se nebulosas, superficiais, defensivas... Às vezes, assustado, dá vontade de gritar: Por favor, um pouco de “cerimônia”! Esta cerimônia, na verdade, é a necessidade de respeito, de limites na relação, para que possamos confiar, nos revelar, nos chegar verdadeiramente e desfrutar a delícia da intimidade. Sugestões e comentários: mariatude@gmail.com

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