Que barulheira constante é essa dentro de mim? É uma estática rascante, que arranha, grita, murmura, machuca... É uma discussão interna que não acaba, onde se alternam assuntos, estratégias para soluções vencedoras, resoluções ao meu modo, justificações, revides, irritações, lamúrias... Esse conturbado mundo interior, regido pelas razões e certezas do meu ego bem adestrado para esse mundo competitivo e material, detona em mim sentimentos que não me fazem feliz, que me machucam, até mesmo quando consigo impor minhas razões. Nessa luta constante persiste o medo e dela resultam (sufocadas ou não) mágoas, raivas, vergonhas, culpas... Tudo isso grita, fala ou sussurra dentro de mim. E como me incomoda, como cansa, como dói! Como sair disso? O mundo, as pessoas a minha volta, nem ao menos colaboram! Não me atendem, me provocam, falham comigo, me decepcionam, não me valorizam, não me amam como mereço!
Hoje estou finalmente entendendo que não posso modificar os Sistemas, o Mundo, os Outros. Enquanto insistir em olhar para fora, culpando-os ou esperando que me façam feliz, toda essa agonia persistirá. Não adianta também mascarar a barulheira, tentar sufocá-la, sedá-la ou brigar com ela. Só me trará mais estática, dor, cansaço. Estou entendendo também que trazer sanidade, saúde e alegria para meu mundo interior é minha responsabilidade. Depende de mim, sondar toda essa estática, ultrapassá-la e ir em busca da Sintonia Perfeita. E toda essa busca de serenidade torna necessária uma abordagem serena e amorosa, coerente com seu propósito. Preciso ter uma escuta atenta, amorosa, paciente e gentil dos meus sentimentos; preciso rastreá-los, entender sua origem em pensamentos e crenças equivocadas, para tirar-lhes o poder sobre mim, deixá-los sair...
Preciso de uma constante e cuidadosa ausculta de mim, dos meus defeitos tão enraizados e tantas vezes por mim justificados. Preciso enxergá-los, aceitá-los, para então ir-me libertando, mudando, transformando.
A serenidade caracteriza-se por um bem estar natural, uma sensação de alegria e conforto íntimo. Quando não estamos assim, atenção! É porque há estática! Precisamos ir removendo-a, se queremos estar bem, cada vez melhor. Toda essa estática interna é semelhante às ondas de tempestade, às tsunamis, que nos arrastam, nos arrasam, que acabam por nos destruir e às nossas relações. Preciso sempre lembrar que, abaixo dessas ondas existe um Oceano – Calmo, Silente, Sereno. Rastrear a estática, buscar liberar-me dela, é ir, um dia de cada vez, um momento de cada vez, abandonando as tempestades do ego e escolhendo mergulhar no Sagrado Oceano Interior de minha dimensão espiritual. É simplesmente sintonizar com o que me nutre amorosamente e me faz feliz.
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