É a face do Orgulho que me leva à necessidade de mostrar,
exibir, reafirmar, que Sou Mais. A
vaidade nos leva a sermos escravos de uma eterna comparação com os outros.
Precisamos demonstrar aos outros, ou reafirmar a nós mesmos, que somos mais e
melhores. Vivemos nos comparando e temos muito medo de descobrirmos algum
aspecto nosso onde talvez sejamos Menos! Quando isso parece nos ameaçar, tendemos
a uma atitude de despeito (desvalorizando
o outro) ou de inveja (raiva surda
pelas conquistas ou possibilidades do outro). A Vaidade, um sub produto do
Orgulho, anda, assim, muito mal acompanhada pela Comparação, pelo Despeito,
pela Inveja, pela Arrogância, pela Pretensão... Em maior ou menor grau, esses e
outros aspectos do Orgulho existem e coexistem dentro de nós, disfarçados,
escondidos, minimizados e justificados pela necessidade de lutar e competir que
aprendemos no processo de nutrir nosso ego, de reforçarmos nossas defesas.
Lutamos
todo o tempo para, vaidosos, podermos exibir nossa superioridade em bens,
beleza, força, poder, prestígio... Isso é coisa mesmo de ego, mas chegamos ao
absurdo de querermos ser superiores até em aspectos espirituais!!! Esquecemos,
ou desconhecemos, que a espiritualidade é interior,
individual, não admite comparação e disputas! Mas, inconscientes disso, nos comparamos e ficamos
orgulhosos, nos sentimos vaidosos de nossa bondade, caridade, simplicidade, até
de nossa humildade!!! E usamos, então, uma máscara, inconsciente ou não, de
“falsa modéstia”.
É
interessante observarmos que a vaidade é diferente da Simplicidade, da Alegria
natural que sentimos por possuirmos bens materiais suficientes, sem exageros;
da Alegria pelo gozo de podermos
usufruí-los, enquanto por aqui estivermos, sem necessidade de ostentação; da Alegria natural ao reconhecermos nossas
qualidades físicas, intelectuais, morais e espirituais, sem comparações, apenas
a Alegria...
A Vaidade tem foco externo, necessita
de comparações, disputas e exibições, para que nos sintamos confiantes,
orgulhosos e satisfeitos com nossa superioridade. Isso pode até nos trazer
prazer.
A Simplicidade tem foco interno, advém da aceitação de Ser, é Interior, gera Serenidade e Alegria...
Ela transborda, generosamente, de nós para o mundo, nos fazendo querer
compartilhar o que temos, o que sentimos, o que Somos. E isso nos traz
Felicidade!
Fomos ensinados a cultivar, ainda que
dissimuladamente, a Vaidade. Em nosso processo de crescimento e libertação,
precisamos descobrir e atravessar a diferença
sutil entre nosso olhar Exterior ou Interior.
Um (a vaidade), nos prende ao prazer sempre disputado. Outro
(a simplicidade), nos leva à libertação e à Felicidade.
Comentários / Contato : mariatude@gmail.com