Poucas coisas podem nos fazer ficar mais teimosos, fechados,
defensivos, do que nos sentirmos assediados. Assédio é a tentativa invasiva, desrespeitosa, insistente, odiosa,
de se tentar convencer o outro a aderir às suas idéias, aos seus desejos, às
suas atitudes. É querer vencer pelo cansaço, subjugar pela conformação, pela
desistência, pelo medo. Esse comportamento irritante pode se fazer sentir em
quaisquer aspectos, no âmbito das relações: nas opiniões, nas paixões, nos
gostos... enfim no direito de escolhas de cada um: assédio político, religioso,
sexual..
Os mais
sufocantes assédios acontecem no âmbito da família. Em nome do amor e da
“intimidade”, eu decido o que é
melhor para mim, para o outro ou para nós. Assim disfarço o assédio e ainda
manipulo o outro na relação, mostrando-me magoado, jogando culpa, distribuindo
acusações de ingratidão, teimosia... acusando-o de me decepcionar.
O Assédio, essa tentativa insistente de violar o espaço, o tempo,
as escolhas, do outro, revela uma incapacidade
de se relacionar com as diferenças, revela uma imaturidade para lidar com a
realidade quando ela frustra nossas expectativas irreais, revela uma imensa
insensibilidade com os sentimentos e o direito à liberdade do outro. O Assédio
disfarça uma arrogância insuportável ao se achar com as melhores escolhas e um
egoísmo agressivo que acaba por tornar insustentável a relação.
É importante nos mantermos
atentos para não aceitarmos sermos assediados e, também, para não nos tornarmos
os que assediam!
Assédio, qualquer assédio, é a
agressão contínua às livres escolhas, é o desrespeito que enjoa, irrita,
afasta... Por isso, coloque-se, até sugira, mas jamais insista! Isto é Assédio!
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