Assim como a terra, que sem a graça da chuva, da água,
torna-se árida, ressecada, quebrada, desvitalizada... nós também podemos sofrer
esse mesmo processo se permanecermos desconectados de nossa Água, nossa Fonte
de Origem, de nossa espiritualidade, que nos permite desfrutar e compartilhar
ternura, compaixão, alegria, verdade...
Em nossa
luta e disputa para sermos Mais, os Mais, perdemos a doçura, a gentileza...
Acreditamos que precisamos saber mais, ganhar mais, fazer mais, ter mais razão, prestígio, poder...
Queremos ser os mais virtuosos, os mais religiosos, os mais “amorosos”, os mais
dedicados... E nessa disputa para sermos superiores e melhores, lutamos, não
facilitamos, não brincamos... Tornamo-nos severos juízes, críticos ácidos, pessoas
ressecadas, áridas, sem alegria, sem amor e sem bom humor! Isolamo-nos em nossa
“virtude esturricada”, desidratada, incapazes de acolher a humanidade dos
outros, porque, já então, ignoramos e negamos nossa própria humanidade!
Permanecemos aprisionados nesse deserto de ilusória superioridade, vaidosos,
soberbos, orgulhosos de sermos melhores, mas sedentos em nossa solidão
desumanizada, reféns de nosso auto-engano.
Mesmo os
poderosos oceanos sabem que sua imensidão depende da eterna troca com rios, nuvens
e até com as mínimas fontes – com todas as águas. Nós, também, somos todos
participantes de uma eterna troca de humanidades, a caminho de um Oceano de
Luz.
Precisamos
nos descobrir e sentir iguais em nossa dor, em nossa busca, em nosso valor,
para não nos sentirmos isolados, para não secarmos. Precisamos dessa troca,
compartilhando para aliviar nossa sede de acolhimento, de aceitação, de amor...
Precisamos compartilhar para nos “irrigarmos”, uns aos outros, com compaixão,
compreensão, generosidade, alegria... Precisamos compartilhar para mais
facilmente irmos em direção ao nosso Manancial Sagrado Interior – a nossa Espiritualidade.
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