Vivemos sob a angústia ameaçadora da escassez, submetidos
pela crença de precisarmos sempre mais e
mais de tudo que nos cerca! Sem sentir, vamos ficando escravizados nessa busca
insaciável!
- mais dinheiro, para comprar mais coisas, mais modernas,
melhores...
- mais poder, para termos mais status, para sermos mais
respeitados, mais valorizados, até mais invejados...
- mais informação, para podermos competir mais, para
sabermos mais, para vencermos melhor...
- mais amor, para nos sentirmos mais seguros, mais longe do
abandono, da rejeição, da solidão...
Tanta atenção constante com o
mundo, vai levando-nos a uma desatenção, a uma distração de nós mesmos, de
nossas reais necessidades interiores. Nessa carência de atenção com o que somos
e com o que temos, ficamos reféns de uma sensação eterna do que “ainda falta”,
do que ainda “devemos buscar mais”, “tentar mais”, mais, mais... fixando em
nós, cada vez mais, a idéia que temos e somos Menos!
O Mundo torna-se insuficiente para nos
aquietar e satisfazer! E essa busca incessante, desconectada de nós mesmos, não
nos deixa desfrutar tudo que somos e possuímos, tudo que o mundo, a vida, as
pessoas, já têm nos oferecido e nem notamos!
Em contrapartida a toda essa
corrida desesperada e sofrida, convém atentarmos para a idéia da Suficiência. Ela nos traz a permissão
para pararmos, para desfrutarmos com satisfação o que já somos, o que já temos.
Não impede de avançarmos, mas sempre prevalecendo nossas reais demandas
interiores e não as que nos são “doutrinadas” pelas mídias ou cobradas pela
família e pela cultura.
A Suficiência está ligada à nossa
conexão com o aqui/agora. Ela pode nos parecer estranha porque estamos
condicionados a nos compararmos e a esquecer o momento, ligados sempre às
dificuldades do passado, com medo das incertezas do futuro ou hipnotizados por
nossos delírios grandiosos desse amanhã.
Suficiência é aprender a relaxar
para desfrutar as coisas, as relações, a vida. É usufruir o que temos sem a
agonia de buscar mais, de precisar acumular mais, aprendendo a lidar com o
material, fazendo apenas uma “reserva
prudente” que nos sirva, e não, nós a ela! É, afinal, sabermos lidar com o
mundano sem ficarmos submetidos a ele. Esse é um grande desafio!
Suficiência é cultivarmos a Temperança
e, de repente, num paradoxo, descobrirmos a Abundância em nossas Vidas!!!