Nossa mente aprendeu como verdade
absoluta tudo que nos foi ensinado desde que nascemos. E, a partir dessas
crenças que nos foram passadas, passamos a perceber e a interagir com o mundo e
as pessoas sob aquela ótica. Aceitamos como verdade que devemos nos defender de
um mundo competitivo. Acreditamos que devemos ter desempenhos perfeitos em
nossos vários papéis na família e na sociedade para termos aprovação e valorização,
para não sermos preteridos ou rejeitados, para sermos os escolhidos e amados. E
isso é o que mais queremos!
Nossa mente assim condicionada nos dita regras, normas e
missões, algumas impossíveis, mas que devem ser cumpridas, a qualquer preço...
“Modifique o outro,
por amor”, “Atenda às expectativas das pessoas”, “Dê felicidade aos que te
amam”, “Seja vencedor”., “Não envelheça...”, “Dê o troco”... Ela sufoca nossas
emoções e sentimentos que atrapalhem ou não se enquadrem ao modelo ideal
aprendido e sobrecarrega, abusa, de nosso corpo com suas exigências fora da realidade.
O doloroso
é que, ainda, somos comandados por essa mente equivocada em seus anseios
materialistas, egóicos, sempre em busca de poder, prestígio, valor e amor que,
ela acredita, devemos buscar lá fora, no mundo.
Ela nos lembra todo o tempo que, se não atendermos a essas
expectativas de fora, poderemos ser rejeitados, desvalorizados, desamados...
Ela nos comanda e vivemos, assim, sob pressão! Pressão contínua,
ainda que inconsciente e “normal”, pressão que “detona” Ansiedade. E quanto maior minha “obediência” a essas cobranças
internas e externas, mais prisioneiro fico da Ansiedade. Nessa constante luta
inglória, passo pela frustração, raiva, mágoa, vergonha, culpa, desespero...
Sinto-me incompetente, fracassada, desesperançada... Não consigo sentir ou agir
diferente porque sou prisioneira de um modo de pensar sempre igual.
Algumas
vezes, tanto lutamos e nos pressionamos que, descontrolados, desgastados,
esgotados, sem energia, subnutridos de tranqüilidade e alegria, afastados de
nossa dimensão essencial, de nossa alma... afinal, perdemos toda a pressão
vital e sucumbimos - em Depressão!
Depressão é o grito surdo, abafado, de nossa alma! Depressão
é a “noite escura” da alma, que nos envolve, que nos impede a visão de novos
caminhos, de saídas. Ela nos entorpece a vontade e se espalha também por nosso
corpo, tirando-nos a força física, o ânimo... Sem esperança, desacreditando de
nós mesmos, aí ficamos, caídos, estagnados, deprimidos...
Assustados
com a dor desse viver escuro, difícil, sem sentido, muitas vezes tentamos
escapar através dos químicos - químicos mais “suaves” e legais ou mais
“pesados” e ilegais, químicos de nossa
preferência...até quaisquer químicos... porque é muita agonia!
Essa “solução” artificial tem efeito rápido, mas também passa
rápido, cada vez mais rápido, deixando uma escuridão cada vez maior!
Na verdade,
tudo começou num sistema de crenças equivocado, utópico e egóico, que nos
lançou em eternas lutas. Agora, a recuperação de nosso Ser passa pela escolha e
aprendizado de novas crenças – crenças reais, possíveis, libertadoras...
Crenças simples e amorosas, crenças que respeitam nossa humanidade e nossas
possibilidades, que acolhem e liberam
nossos sentimentos, liberando nossa pressão interna.
Não mais “tenho que” ou “devia”, mas “o quem posso” nesse
momento!
Não mais esconder, mas reconhecer, acolher, revelar, dar voz
aos sentimentos! Não mais competir, ser o maior, mas cooperar, ser igual! Não
mais tentar controlar, mas respeitar! Não mais parecer, mas Ser!
Quando
começo a pensar, sentir e agir sob essa nova orientação, que emana de minha
dimensão espiritual, começo a acordar, a me revigorar, a florescer... Sinto a
vida voltando, me chamando par uma nova dança, para um novo dia! Estou
descobrindo o que posso!