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domingo, 2 de março de 2014

ANSIEDADE E DEPRESSÃO


Nossa mente aprendeu como verdade absoluta tudo que nos foi ensinado desde que nascemos. E, a partir dessas crenças que nos foram passadas, passamos a perceber e a interagir com o mundo e as pessoas sob aquela ótica. Aceitamos como verdade que devemos nos defender de um mundo competitivo. Acreditamos que devemos ter desempenhos perfeitos em nossos vários papéis na família e na sociedade para termos aprovação e valorização, para não sermos preteridos ou rejeitados, para sermos os escolhidos e amados. E isso é o que mais queremos!
Nossa mente assim condicionada nos dita regras, normas e missões, algumas impossíveis, mas que devem ser cumpridas, a qualquer preço...
 “Modifique o outro, por amor”, “Atenda às expectativas das pessoas”, “Dê felicidade aos que te amam”, “Seja vencedor”., “Não envelheça...”, “Dê o troco”... Ela sufoca nossas emoções e sentimentos que atrapalhem ou não se enquadrem ao modelo ideal aprendido e sobrecarrega, abusa, de nosso corpo com suas exigências fora da realidade.

            O doloroso é que, ainda, somos comandados por essa mente equivocada em seus anseios materialistas, egóicos, sempre em busca de poder, prestígio, valor e amor que, ela acredita, devemos buscar lá fora, no mundo.
Ela nos lembra todo o tempo que, se não atendermos a essas expectativas de fora, poderemos ser rejeitados, desvalorizados, desamados...
Ela nos comanda e vivemos, assim, sob pressão! Pressão contínua, ainda que inconsciente e “normal”, pressão que “detona” Ansiedade.  E quanto maior minha “obediência” a essas cobranças internas e externas, mais prisioneiro fico da Ansiedade. Nessa constante luta inglória, passo pela frustração, raiva, mágoa, vergonha, culpa, desespero... Sinto-me incompetente, fracassada, desesperançada... Não consigo sentir ou agir diferente porque sou prisioneira de um modo de pensar sempre igual.

            Algumas vezes, tanto lutamos e nos pressionamos que, descontrolados, desgastados, esgotados, sem energia, subnutridos de tranqüilidade e alegria, afastados de nossa dimensão essencial, de nossa alma... afinal, perdemos toda a pressão vital e sucumbimos - em Depressão!
Depressão é o grito surdo, abafado, de nossa alma! Depressão é a “noite escura” da alma, que nos envolve, que nos impede a visão de novos caminhos, de saídas. Ela nos entorpece a vontade e se espalha também por nosso corpo, tirando-nos a força física, o ânimo... Sem esperança, desacreditando de nós mesmos, aí ficamos, caídos, estagnados, deprimidos...

            Assustados com a dor desse viver escuro, difícil, sem sentido, muitas vezes tentamos escapar através dos químicos - químicos mais “suaves” e legais ou mais “pesados” e ilegais, químicos de nossa  preferência...até quaisquer químicos... porque é muita agonia!
Essa “solução” artificial tem efeito rápido, mas também passa rápido, cada vez mais rápido, deixando uma escuridão cada vez maior!

            Na verdade, tudo começou num sistema de crenças equivocado, utópico e egóico, que nos lançou em eternas lutas. Agora, a recuperação de nosso Ser passa pela escolha e aprendizado de novas crenças – crenças reais, possíveis, libertadoras... Crenças simples e amorosas, crenças que respeitam nossa humanidade e nossas possibilidades, que acolhem e  liberam nossos sentimentos, liberando nossa pressão interna.
Não mais “tenho que” ou “devia”, mas “o quem posso” nesse momento!
Não mais esconder, mas reconhecer, acolher, revelar, dar voz aos sentimentos! Não mais competir, ser o maior, mas cooperar, ser igual! Não mais tentar controlar, mas respeitar! Não mais parecer, mas Ser!

            Quando começo a pensar, sentir e agir sob essa nova orientação, que emana de minha dimensão espiritual, começo a acordar, a me revigorar, a florescer... Sinto a vida voltando, me chamando par uma nova dança, para um novo dia! Estou descobrindo o que posso!