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quinta-feira, 27 de março de 2014

VIAGENS



É tão bom viajar!...

Viagens podem ser gostosas fantasias que conseguimos realizar de forma concreta. Quantos planos, quantos gastos, expectativas, lugares e pessoas diferentes, compras, novidades... Viajando, nós fugimos do cotidiano, de tudo que parecemos conhecer e não nos empolga mais... Deixamos nosso mundinho e saímos, excitados e ansiosos, pelo mundo afora, talvez buscando algo mais que já não encontrávamos... E voltamos já pensando em outros passeios, pensando e olhando adiante, sempre para fora... Em algum momento, no entanto, torna-se mais difícil viajar. Pode faltar-nos dinheiro, saúde, possibilidade enfim ou acaba por nos faltar até vontade e alegria para esse viajar! A busca do novo acaba por tornar-se velha e repetitiva! Precisamos então voltar. É tempo de ficar...

Viajamos em sonhos, pensando, criando “realidades” no presente e futuro, ficções que nos tragam alegria, poder, amor, sucesso, realizações, muito do que a vida não nos está proporcionando. E nos caminhos e atalhos que inventamos, vamos perdendo-nos das possibilidades reais em nossa vida. Em outras vezes, somos viajantes prisioneiros de pesadelos de medo, mágoa, ressentimento, ódio... Viajamos, então, em círculos, num labirinto mental escuro, sinistro... E podemos continuamente viajar ao passado, mesmo com a ameaça de nos tornarmos reféns desse tempo já acabado... Então, é tempo de despertar...

Viajamos cada vez mais pelo mundo virtual, de realidades e relações distantes, embora nos pareçam tão disponíveis e próximas, parecendo oferecer liberdade infinita, aberta a tantas possibilidades e nos levam para cada vez mais longe... É tempo de chegar...

            Viajamos pelo mundo da informação, “ viciante” e viciosa, um mundo doentio e deformado que a mídia nos traz, com informações tendenciosas ao mal, que nos violenta e envenena nossa a esperança de dias melhores. É tempo de parar e escolher...

Viajamos pelos químicos que momentaneamente nos livram da dor de nossas perdas e impossibilidades ou nos trazem o prazer e euforia, quando já perdemos o rumo das simples alegrias. Viagens que nos mantém num limbo entre vida e morte, entre ser e não ser... É tempo de acordar...

São tantas as viagens! Nessas e outras viagens nos perdemos na ilusão de movimento, de distanciamento... Somos distraídos de nós mesmos, da incrível viagem que viemos, afinal, fazer aqui! Elas fazem parte da nossa aventura humana, mas nos levam para fora, para longe...       É tempo de voltar...

            Voltar para uma diferente viagem - pelo pedacinho sagrado da criação que me foi/é confiado – Eu mesma. Viagem para conhecer-me, cuidar-me, livrar-me de amarras, das teias escuras que me mantém agoniada, machucada, ansiosa... Viagem onde sou o passageiro e o condutor a escolher os roteiros... Viagem onde busco compartilhar descobertas e emoções com outros companheiros, também viajantes de si mesmos, e conto com a força e o Amor de um Poder Maior... Viagem onde vou desbravando territórios meus, a mim ainda desconhecidos, trazendo uma luz amorosa para iluminar meus caminhos e poder me deslumbrar com minhas novas possibilidades...
 - essa viagem tem o custo da paciência, da aceitação, da honestidade, da coragem para mudar, para ser mais livre...
 - ela não tem prazo para acabar porque ela se faz na continuidade do aqui/agora...
 - ela se faz cada vez mais bem humorada, amorosa, gentil, próxima e íntima de mim mesma, por isso é tão gostosa!
 - ela me leva a fazer escolhas que me tragam doçura e alegria, escolhas que me façam ter a certeza que caminhamos para o melhor...
 - ela requer que estejamos despertos, alertas, vivos...
 - ela nos conduz à alegria da libertação e esse caminho se faz ao caminhar!

            Já estamos com o passaporte carimbado! Agora é só viajar!!!