É tão bom viajar!...
Viagens podem ser gostosas
fantasias que conseguimos realizar de forma concreta. Quantos planos, quantos
gastos, expectativas, lugares e pessoas diferentes, compras, novidades...
Viajando, nós fugimos do cotidiano, de tudo que parecemos conhecer e não nos
empolga mais... Deixamos nosso mundinho e saímos, excitados e ansiosos, pelo
mundo afora, talvez buscando algo mais que já não encontrávamos... E voltamos
já pensando em outros passeios, pensando e olhando adiante, sempre para fora...
Em algum momento, no entanto, torna-se mais difícil viajar. Pode faltar-nos
dinheiro, saúde, possibilidade enfim ou acaba por nos faltar até vontade e
alegria para esse viajar! A busca do novo acaba por tornar-se velha e repetitiva!
Precisamos então voltar. É tempo de ficar...
Viajamos em sonhos, pensando,
criando “realidades” no presente e futuro, ficções que nos tragam alegria, poder,
amor, sucesso, realizações, muito do que a vida não nos está proporcionando. E
nos caminhos e atalhos que inventamos, vamos perdendo-nos das possibilidades
reais em nossa vida. Em outras vezes, somos viajantes prisioneiros de pesadelos
de medo, mágoa, ressentimento, ódio... Viajamos, então, em círculos, num
labirinto mental escuro, sinistro... E podemos continuamente viajar ao passado,
mesmo com a ameaça de nos tornarmos reféns desse tempo já acabado... Então, é
tempo de despertar...
Viajamos cada vez mais pelo mundo
virtual, de realidades e relações distantes, embora nos pareçam tão disponíveis
e próximas, parecendo oferecer liberdade infinita, aberta a tantas
possibilidades e nos levam para cada vez mais longe... É tempo de chegar...
Viajamos
pelo mundo da informação, “ viciante” e viciosa, um mundo doentio e deformado
que a mídia nos traz, com informações tendenciosas ao mal, que nos violenta e
envenena nossa a esperança de dias melhores. É tempo de parar e escolher...
Viajamos pelos químicos que
momentaneamente nos livram da dor de nossas perdas e impossibilidades ou nos
trazem o prazer e euforia, quando já perdemos o rumo das simples alegrias. Viagens
que nos mantém num limbo entre vida e morte, entre ser e não ser... É tempo de
acordar...
São tantas as viagens! Nessas e
outras viagens nos perdemos na ilusão de movimento, de distanciamento... Somos
distraídos de nós mesmos, da incrível viagem que viemos, afinal, fazer aqui!
Elas fazem parte da nossa aventura humana, mas nos levam para fora, para
longe... É tempo
de voltar...
Voltar para
uma diferente viagem - pelo pedacinho sagrado da criação que me foi/é confiado
– Eu mesma. Viagem para conhecer-me, cuidar-me, livrar-me de amarras, das teias
escuras que me mantém agoniada, machucada, ansiosa... Viagem onde sou o
passageiro e o condutor a escolher os roteiros... Viagem onde busco
compartilhar descobertas e emoções com outros companheiros, também viajantes de
si mesmos, e conto com a força e o Amor de um Poder Maior... Viagem onde vou
desbravando territórios meus, a mim ainda desconhecidos, trazendo uma luz
amorosa para iluminar meus caminhos e poder me deslumbrar com minhas novas
possibilidades...
- essa viagem tem o
custo da paciência, da aceitação, da honestidade, da coragem para mudar, para
ser mais livre...
- ela não tem prazo
para acabar porque ela se faz na continuidade do aqui/agora...
- ela se faz cada vez
mais bem humorada, amorosa, gentil, próxima e íntima de mim mesma, por isso é
tão gostosa!
- ela me leva a fazer
escolhas que me tragam doçura e alegria, escolhas que me façam ter a certeza
que caminhamos para o melhor...
- ela requer que estejamos
despertos, alertas, vivos...
- ela nos conduz à
alegria da libertação e esse caminho se faz ao caminhar!
Já estamos
com o passaporte carimbado! Agora é só viajar!!!