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terça-feira, 1 de abril de 2014

A NÓS, ANÔNIMOS


           Como os rios que têm seu curso desviado e, às primeiras grandes chuvas, voltam ao leito antigo, nós também, sob a força de nosso passado instintivo e materialista, tendemos a nós desviar de nossa busca espiritual. Nossos passos ainda incertos e inseguros necessitam atenção carinhosa e constante para não nos perdermos de nós mesmos, da alegria de nosso despertar espiritual.

            Nós nos unimos em grupos para nos acolhermos, nos fortalecermos, para descobrirmos e fortalecermos nossa crença em um Poder Maior Amoroso que nos acompanha na descoberta de nossa humanidade, de nossa origem sagrada e em nossa transformação rumo à nossa destinação divina. Temos podido caminhar impulsionados pelo amor que encontramos uns nos outros e pela tomada de consciência desse Poder Superior de Amor e Sabedoria. Afinal, somos seres espirituais e nossa nutrição, nosso combustível natural é o Amor em suas tantas faces!

Mas viemos com uma visão egóica e instintiva de nós mesmos e do mundo. Perseguíamos os prêmios do mundo: posse, poder, prestígio, prazer físico... E, apesar de toda a dor da desilusão pelo fracasso desses gozos, que não foram suficientes para nos fazer felizes, tendemos a voltar a ver, sentir e agir do modo que ficou “gravado” em nosso ser, que rege o mundo à nossa volta. Somos desafiados, chamados, reclamados por esse mundo em Família, no Trabalho, na Igreja, na Política, no Lazer... e até nos Grupos! Esse Mundo, em todas essas formas, é o “lugar de ativa” de um viver que não mais quero para mim!

Como o carrego ainda dentro de mim, preciso cuidar do Ser que sou e Estar atenta a como ainda estou me relacionando com as pessoas e com meu Grupo! Temos a tendência, como o rio, de trazer para os Grupos, nosso ninho diferente e especial, a materialidade de fora, dando maior importância a bens do que a nossos valores, nos comparando, competindo e lutando por poder, pela supremacia de razões, informações e cargos, criando regras e “chefias” em vez de estimular lideranças naturais... Observo tantas vezes isso acontecer ameaçando nosso Grupo! Mas, não posso modificar meus companheiros! Só posso modificar a Mim!

Por tudo isso, preciso ser humilde e estar atenta à experiência dos que nos antecederam e generosamente nos deixaram sugestões que nos protegem das distrações mundanas que ameaçam de dissolução nossos Grupos – as Tradições.  Preciso ser coerente com minha busca, com meu desejo...

“Até que ponto é importante” -  todo esse resto, essa briga de egos?

Preciso estar me perguntando, Só por Hoje, Um dia de cada vez, a cada Reunião:  O que é, mesmo, que estou buscando aqui?!