Somos uma Centelha de Luz! Então, somos uma fonte com potencial
inesgotável de Amor. E o Amor se expressa de muitas formas... Uma faceta do
Amor que nos empolga, que necessitamos deixar transbordar - morna, doce, terna... é a Ternura e ela precisa ser canalizada para
o mundo sob a forma de Carinho.
Se essa
fonte fica bloqueada pelo medo, pela insegurança, pela raiva, pelas disputas,
pelas crenças culturais... Se ela não consegue se expressar pelo carinho, ela
se perde na aridez combativa do mundo e nós também secamos... Nossas relações perdem a graça e o frescor.
Queríamos florescer, florir, mas vamos mantendo-nos secos, defensivos,
sobreviventes... embora a água da vida, do amor, ainda exista dentro de nós!
O Carinho é
que transmite a Ternura. Ele é o gesto que a faz chegar ao Outro, ele é que dá
passagem/revela o Amor que nos empolga... Seres de Luz que somos, precisamos
dar, tanto quanto receber, Carinho. Ele é a moeda do Amor...
Recebemos e
damos mais facilmente carinho quando pequenos ou no início das relações, quando
estamos mais confiantes, mais entregues... Aos poucos, porém, a desconfiança,
as cobranças, as tentativas de controle, as mentiras, o medo do desamor... nos
tornam mais defensivos e acabamos por bloquear a doce fonte da Ternura e o rio
do Carinho acaba por secar! Ficamos como os cactos do deserto, cheios de água,
mas só mostrando os espinhos...
Quando me
sinto aprisionada por minhas defesas, me pergunto:
- O que EU posso fazer para trazer mais Ternura e Carinho à
minha vida?
- Preciso enfrentar o
medo e ir-me desarmando, baixando minhas defesas e ousando chegar com mais
Ternura e Carinho às pessoas, mesmo aquelas das quais mais me defendo.
- Vou tentar pensar nelas como companheiros
(nem sempre amigáveis) de viagem. Afinal, estamos no mesmo barco, enfrentando
desafios e medos!
- Não vou ficar
remoendo desilusões e mágoas que eu permiti que me causassem. Não ficarei de
peito aberto a ataques, mas tentarei manter aberto meu coração terno e
carinhoso.
- Os bons pensamentos
amansam meus sentimentos e, aos poucos, timidamente, corajosamente, vou
deixando sair, através de minhas atitudes, todo o carinho que preciso dar: um
sorriso de compreensão e cumplicidade, um elogio, uma escuta paciente e
interessada, um piscar brincalhão de olhos, um ligeiro toque, um roçar de
braços, um afago, um abraço... até poder voltar a dizer, naturalmente, o quanto
“te amo”! Será bom demais!
Quero ser
como o baobá que também vive em meio tão árido, mas guarda água que, generosamente,
dá aos que têm sede e flores e frutos que nutrem os que tentam sobreviver junto
com ele naquele meio tão árido e hostil.
Quero viver
com Ternura e Carinho! Essa é a nossa vocação de Centelhas Divinas. Não posso
ficar esperando que os outros preencham essa minha necessidade. Talvez eles
ainda não consigam se desarmar!
Mas sou responsável pela Ternura que sinto por mim e o
Carinho com que cuido de mim! Sou responsável pela Ternura e Carinho que trago
aos meus pensamentos e sentimentos e levo ao mundo, para meu próprio deleite...