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segunda-feira, 21 de abril de 2014

HOSTILIDADE


           A hostilidade é um estado de beligerância, em nós ou contra nós, nas relações em geral, entre homens ou nações. É um estado latente de luta, de “guerra” (fria ou não), de desconfiança, de desamor...
Ela revela, mesmo quando tenta se disfarçar, um estado de animosidade, de rejeição, de revide... Um estado de não aceitação do Outro, de seus valores, de seu modo de ser/estar. Leva a uma constante irritação pela “teimosia” do outro em ser como é! Também pode se revelar na “inveja irritada” com os dons e bens do Outro. Ela se traduz em impaciência, em irritação (surda ou não), em má vontade com o Outro. Por tudo que nega de amor, a hostilidade não precisa ser declarada – ela é pressentida, ela é dolorosamente sentida por quem a percebe no Outro. 

 Nas relações mais próximas/íntimas, vemos tantas vezes o amor ir-se azedando e transformando em triste e cruel hostilidade pela não aceitação das diferenças, pelas expectativas frustradas ao se tentar convencer e mudar uns aos outros a modelos, valores e às idéias pessoais. Essas relações, antes amorosas, ou ao menos amistosas, vão transformando-se pelas comparações, competições, rivalidades...

Nesse processo são utilizadas máscaras cada vez mais sofisticadas e a atenção fica mais aguçada para “sacar” possíveis ataques disfarçados de “boas intenções”... Todos os nossos sentidos tornam-se cada vez mais alertas para ferir ou nos defender... E, confusos, magoados e ressentidos, vamos sentindo-nos cada vez mais sós e acuados, mesmo na companhia das pessoas mais queridas, que se foram transformando em “inimigos íntimos”!

            A hostilidade pode se instalar em quaisquer relações, mesmo as mais significativas de nossa vida – pais/filhos/companheiros/amigos...  Basta que não haja respeito ao que somos, ao que temos, às nossas diferenças de personalidade ou de educação.
Para aceitar o Outro não é preciso gostar das diferenças entre nós – basta apenas respeitá-las. Preciso me lembrar disso sempre que me sentir ficando hostil a alguém!

Como lidar com a hostilidade em minhas relações?
Preciso tentar não entrar nos “jogos de guerra” dos egos envolvidos.
Preciso aprender a estabelecer meus limites, me resguardando das “invasões” e hostilidade do Outro com assertividade, sem agressividade, ainda que com tristeza, mesmo quando o outro ainda prefira permanecer hostil...
Preciso aprender a ser pacífica sem ser passiva para não me transformar  numa “vítima reativa”
Preciso fazer uma re-leitura de minhas relações e rever minha atuação: Fui  passiva/permissiva, invasiva e hostil ou reativa e também hostil (8ºP)?
Preciso demonstrar o que quero de melhor para nós. Que comece por mim!

Se quero minhas relações amigáveis ou amorosas, preciso me lembrar que não posso obrigar qualquer pessoa a ser menos defensiva ou menos hostil. Só posso modificar o meu modo de ser/estar, mas quando eu mudo algo muda naquela relação!!!

A hostilidade é um eterno “rosnado” ameaçador, áspero, frio... me distanciando afetivamente das pessoas. Se prefiro curtir a doçura macia e leve das relações efetivamente amorosas, cabe a mim, Um dia de cada vez,  fazer a minha parte...