É a “arte”, a atitude,
de descobrir, estabelecer, comunicar e honrar os meus limites. Por é tão difícil? Por que, quase nunca, sequer
tentamos? Por que nos assustamos e nos ofendemos quando alguém é assertivo conosco
em nossas relações?
Entendo que é porque acreditamos que não é certo, não é
delicado, não é o esperado! Porque podemos magoar, zangar, afastar... as
pessoas! E se elas nos deixarem? E se elas se decepcionarem conosco? E se elas
deixarem de nos valorizar e amar?!
Aprendemos que deveríamos “aceitar” ou, pelo menos, “engolir” situações, quaisquer situações, mesmo de abuso, para sermos aceitos, queridos...para não perdermos o controle das pessoas e das situações, pela “paz”, pela continuação da relação.
Aprendemos que deveríamos “aceitar” ou, pelo menos, “engolir” situações, quaisquer situações, mesmo de abuso, para sermos aceitos, queridos...para não perdermos o controle das pessoas e das situações, pela “paz”, pela continuação da relação.
Acreditamos que para amar e sermos amados (pais,
filhos, amigos, companheiros...) deveríamos misturar vidas, opiniões, opções,
espaços, sentimentos, crenças, ideias... Deveríamos nos unir numa só
pessoa/grupo, nos adequarmos aos desejos de cada um e caminharmos pelos
caminhos uns dos outros. Aprendemos a olhar para/pelos outros, para agradá-los,
cuidá-los... antes e em lugar de nos ver, nos entender e cuidarmos de nós
mesmos! Parece bonito, mas é incoerente, antinatural – não dá certo! Vivemos
prisioneiros do medo da perda!
E que
tola pretensão querer entender e cuidar dos outros, quando nada sei de mim- do
que sinto, das minhas necessidades tão abafadas, mascaradas, disfarçadas de mim
mesma! Como ser/estar verdadeira e serena, com meu interior irritado, magoado,
ressentido, de tanto “engolir sapos”...
Como respeitar os outros, se não me respeito? E submetendo-me, acabo tentando submeter os
outros pelas mesmas armas de segredos, mentiras, manipulações... Vendendo, muitas vezes, a imagem de pobre
vítima amante da paz, lançando culpas...
Como
ter relações verdadeiras se me relaciono apenas através do que mostro e não do
que sinto? Temos muito medo da Verdade – de dizer ou de ouvir! E de tudo que sacrificamos e a que nos
submetemos por esse medo, nos resta a triste constatação que estamos cada vez
mais afastados e ressentidos...
Para
ser assertivo preciso me dedicar ao
exercício de conviver com as minhas “verdades”, perder o medo de me ver e
escutar, aprender a ser honesta comigo mesma – aprender a sentir os meus limites a cada momento, em cada
situação. Esse contato contínuo e
verdadeiro vai revelando-me o que sou, como estou, o que quero, o que posso, o
que não quero, o que não posso... Esse “descobrir de mim” vai criando uma intimidade
amorosa que me leva a me valorizar, a vencer o medo de ser quem sou , a querer
me respeitar, a querer me revelar...
Preciso
dizer de mim! Preciso ser leal a mim e, com a mesma honestidade que usei
comigo, preciso comunicar aos outros quais são os meus limites, minhas possibilidades e disponibilidades na relação.
Estou então estabelecendo e, corajosamente, honrando os limites do respeito a mim e à minha vida. É uma
alegria poder “ver” meu próprio crescimento a cada momento que consigo ser
assertiva, porque descubro que estou aprendendo a me valorizar, a me amar, a
cuidar de mim... Amo as pessoas, mas “Que
comece por mim”
Ser
assertivo é aprender a viver com a Verdade, um princípio espiritual... É nos
libertarmos dos medos que nos apequenam...
E cada
vez entenderemos melhor o que nos foi prometido:
...E a Verdade vos libertará!