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domingo, 19 de outubro de 2014

ASSERTIVIDADE


       É a “arte”, a atitude, de descobrir, estabelecer, comunicar e honrar os meus limites. Por é tão difícil? Por que, quase nunca, sequer tentamos? Por que nos assustamos e nos ofendemos quando alguém é assertivo conosco em nossas relações?
Entendo que é porque acreditamos que não é certo, não é delicado, não é o esperado! Porque podemos magoar, zangar, afastar... as pessoas! E se elas nos deixarem? E se elas se decepcionarem conosco? E se elas deixarem de nos valorizar e amar?!

         Aprendemos que deveríamos “aceitar” ou, pelo menos, “engolir” situações, quaisquer situações, mesmo de abuso, para sermos aceitos, queridos...para não perdermos o controle das pessoas e das situações, pela “paz”, pela continuação da relação.

Acreditamos que para amar e sermos amados (pais, filhos, amigos, companheiros...) deveríamos misturar vidas, opiniões, opções, espaços, sentimentos, crenças, ideias... Deveríamos nos unir numa só pessoa/grupo, nos adequarmos aos desejos de cada um e caminharmos pelos caminhos uns dos outros. Aprendemos a olhar para/pelos outros, para agradá-los, cuidá-los... antes e em lugar de nos ver, nos entender e cuidarmos de nós mesmos! Parece bonito, mas é incoerente, antinatural – não dá certo! Vivemos prisioneiros do medo da perda!
           
E que tola pretensão querer entender e cuidar dos outros, quando nada sei de mim- do que sinto, das minhas necessidades tão abafadas, mascaradas, disfarçadas de mim mesma! Como ser/estar verdadeira e serena, com meu interior irritado, magoado, ressentido, de tanto “engolir sapos”...
 Como respeitar os outros, se não me respeito?  E submetendo-me, acabo tentando submeter os outros pelas mesmas armas de segredos, mentiras, manipulações...  Vendendo, muitas vezes, a imagem de pobre vítima amante da paz, lançando culpas...

Como ter relações verdadeiras se me relaciono apenas através do que mostro e não do que sinto? Temos muito medo da Verdade – de dizer ou de ouvir!  E de tudo que sacrificamos e a que nos submetemos por esse medo, nos resta a triste constatação que estamos cada vez mais afastados e ressentidos...
           
Para ser assertivo preciso me dedicar ao exercício de conviver com as minhas “verdades”, perder o medo de me ver e escutar, aprender a ser honesta comigo mesma – aprender a sentir os meus limites a cada momento, em cada situação.  Esse contato contínuo e verdadeiro vai revelando-me o que sou, como estou, o que quero, o que posso, o que não quero, o que não posso... Esse “descobrir de mim” vai criando uma intimidade amorosa que me leva a me valorizar, a vencer o medo de ser quem sou , a querer me respeitar,  a querer me revelar...

Preciso dizer de mim! Preciso ser leal a mim e, com a mesma honestidade que usei comigo, preciso comunicar aos outros quais são os meus limites, minhas possibilidades e disponibilidades na relação. Estou então estabelecendo e, corajosamente, honrando os limites do respeito a mim e à minha vida. É uma alegria poder “ver” meu próprio crescimento a cada momento que consigo ser assertiva, porque descubro que estou aprendendo a me valorizar, a me amar, a cuidar de mim... Amo as pessoas, mas “Que comece por mim”

Ser assertivo é aprender a viver com a Verdade, um princípio espiritual... É nos libertarmos dos medos que nos apequenam...  

E cada vez entenderemos melhor o que nos foi prometido:

...E a Verdade vos libertará!