É uma
dádiva, uma graça de Deus, podermos finalmente “ver” alguns tão dolorosos
aspectos de nossa humanidade ao sermos confrontados com ela.
A princípio, não me via; apenas olhava para fora e julgava, condenava, ainda que o fizesse, muitas vezes, apenas comigo mesma. Em minha “cegueira” tola e arrogante, em meu orgulho, sentia-me uma pessoa melhor, superior, generosa, incapaz daqueles erros e mesquinharias.
Mas, “o tempo não correu em vão” e
um dia, pela Graça e Justiça de um Poder Amoroso e pela minha perseverança em
aprender a olhar para meu interior, consegui acessar algum nível mais sensato,
verdadeiro e amoroso de mim e fui levada a rever algumas de minhas “verdades”,
de meus sentimentos e minhas atitudes.
Foram momentos de vergonha e culpa,
misturados com raiva e, mágoa, com tentativas de ainda tentar desviar ou
dividir responsabilidades... Foi o momento em que meu orgulho foi confrontado
com meu egoísmo, com meus erros, pequenos ou grandes, negados ou não, mas
finalmente admitidos. Foram momentos de humilhação! Afinal, não fui quem eu
pensava ser, não fui como devia ser,
como queria ser! Presa ainda à minha soberba/vaidade/arrogância sentia remorso
cruel, briguei comigo, me machuquei...Fui meu juiz e meu carrasco, porque só a
mim competia esses papéis!
Então, ainda pela Graça de Deus, pude começar a aceitar meu, ainda, tão pequeno tamanho e a transformar humilhação em Humildade! Transformar remorso em arrependimento e vergonha em tristeza pela dor que tenha causado aos outros. AH, meu Deus! Só por Hoje, meu tamanho é esse! Ao ganhar um novo olhar sobre mim mesma e sobre os outros, vem a libertação de ter que ser sempre juiz. Descobri que somos realmente iguais em nossa humanidade ainda tão desorientada e desconhecedores de nossa Luz tão escondida...
Ah, meu Doce Deus! Tenho que passar
pela aridez dos meus desertos interiores, pelos meus venenos escondidos, para
desfrutar as doçuras de Tuas planícies em mim! Esse é o caminho da Verdade que
liberta e, “um dia de cada vez”, preciso percorrê-lo Contigo.
Que sei dos caminhos interiores dos
outros? O que se passa atrás de suas máscaras, o que se esconde atrás de suas
palavras, de seus silêncios e até de seus atos? Que posso saber, se até eles,
como eu, ainda se escondem e se desconhecem?
Preciso da força amorosa de Deus
para continuar atenta aos meus desvios interiores. Ainda tento julgar e graduar
os erros dos outros, só porque, muitas vezes, ainda me parecem maiores ou
diferentes dos meus! Ainda quero me sentir maior e melhor!!! Só a constante “lembrança
educativa” dos meus erros para me livrar do orgulho e do autoengano. É muito bom poder aceitar os confrontos em
minha caminhada com Humildade, Bom
humor, Paciência, Honestidade... Não quero aprisionar meu caminhar em
ilusões, acusações, lutas... nem quero transformá-lo num fardo para mim mesma.
Quero atravessar meus caminhos interiores entendendo que eles são rotas para
libertação!