Esse medo, alicerçado em memórias dolorosas e em nossos
apegos, nos aprisiona em possibilidades desagradáveis e até terríveis, sempre
em um Futuro próximo ou distante. Nos momentos em que nos perdemos do Agora,
esse medo nos envolve, difuso como uma neblina assustadora, e nos ameaça de
todas as formas, com todas as forças...
É um medo nascido em um mundo
agressivo e maldoso, apresentado e comentado pelas mídias num festival
contínuo, cotidiano, sobre o que há de pior nos seres e na sociedade.
Hipnotizados, nos perguntamos: Como parar? Aonde vamos parar? E temos medo de
sair, de ficar, medo de não ver saída... no futuro.
E remoemos o medo das escolhas e do
destino daqueles que mais amamos. Medo de vê-los afastados do nosso convívio, medo
de vê-los sofrer, medo de nossa impotência ante suas vidas, medo de perdê-los, medo
de sua finitude.
E temos o medo da falta, das nossas carências,
de bens materiais, da saúde, medo da perda da utilidade, medo da perda dos
carinhos, dos amores, e medo, a cada despedida, de não voltar a ver quem amamos...
Medos, tantos medos, medo até da agonia
dos nossos medos... E todas as
possibilidades ruins que nos assaltam estão ligadas ao Futuro! Quando me ponho
a antevê-las sinto muito medo de sofrer e, mesmo acreditando serem necessárias
ao meu caminhar, sinto-me acovardada, pequena...
O Futuro, informe, disforme, solto e
sem limites na imaginação, nos assombra e aterroriza. Nossa mente, quando sem
freios, nos arrasta em pensamentos aleatórios, soltos, loucos. Viver pode,
então, tornar-se um fardo ameaçador e sufocante, com questões que ressoam, sem
parar, em nossa mente: E se?... E
quando?...
A solução em qualquer momento de
medo, para qualquer medo, inclusive esse tão abrangente Medo da Vida, é
entregar-me ao Agora, focar minha mente e atenção no que estiver fazendo e
vivendo naquele momento: andando, trabalhando, respirando... Viver o Agora com
simplicidade, fazendo o que posso naquele instante. É um exercício de Paciência,
Autodisciplina e Perseverança, onde meu esforço e minha ação são reforçados
pela entrega confiante à uma Força Amorosa que nos habita, nos acolhe, nutre e
conduz.
Minha humanidade, ainda tão
imperfeita, se deixa levar pela desatenção, se perde nos atalhos assustadores
do Futuro e me apavoro tantas vezes com Medo da Vida. Mas acredito que já sei o
caminho de volta a Mim, a Deus, ao Agora – ao porto seguro do Aqui/Agora.
Busco, através da oração, a sintonia com a força e o Amor de Deus, entrego-me
ao momento e o medo se esfumaça... Ele volta muitas vezes e eu, pacientemente, tento
repetir e repetir o que aprendi. Acredito que, cada vez menos, o medo me
assaltará e cada vez mais estarei atenta, fortalecida e livre para viver.
Show!!!
ResponderExcluirAdorei Maria!!!
Confesso que faço do medo de certas coisas um escudo para me proteger do sofrimento.
Bjs de luz!!!