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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

ROTINAS


         As rotinas, mesmo tão mal faladas, nos oferecem “zonas de conforto”. Elas nos oferecem uma sensação de previsibilidade, trazem uma ilusória, mas confortável, sensação de segurança.  E, na busca contínua de conforto e segurança, tendemos a criar e nos acomodar às rotinas em nossas vidas, individuais e de relação.  Culpamos o tempo, o trabalho, as necessidades afetivas, físicas e financeiras, os sistemas, os outros... Tudo é desculpa para estabelecermos nossas rotinas, desde o despertar até ao dormir, passando por eventuais momentos fora do usual que, mesmo assim, tentamos vivê-los criando novas e especiais rotinas. Aonde, com quem, de que modo, como... Situações novas, mesmo quando nos excitam, nos metem medo!

Tentamos transformar nossas relações mais queridas em doces rotinas, mas mesmo quando já azedaram ou amargaram, ainda assim, temos dificuldade de abandonar ou desistir da “segurança” dessas rotinas.  De modo ideal, queríamos manter nossos mundinhos rotineiros e previsíveis e nós, dormindo (em sonhos ou pesadelos) ou em “stand by” como tristes mortos/vivos.

Mas a vida não deixa! Estamos vivos para viver! Ela nos sacode (docemente ou não), ela nos empurra para acordarmos.  E tudo muda, se desarruma, nos desacomoda... Envelhecemos, nossos amigos (e até os inimigos!) também, novas pessoas chegam e outras se vão... Nossos amores mais queridos crescem, criam suas próprias rotinas, separadas das nossas... É tão doído sentir que já não fazemos parte do seu dia a dia! Agora somos visitas, intromissões, mesmo que queridas, em suas rotinas... 
 
Algumas vezes nos apaixonamos  por pessoas, por ideias, por atividades que nos fazem “perder a cabeça”, abandonarmos a segurança de nossas rotinas, e então ousamos viver o novo, o diferente! Sentimos medo, mas somos empurrados pela força de nossa paixão. Contudo, logo nos vemos estabelecendo rotinas no que era novo. Queremos ser livres, mas temos tanto medo! É tão desconfortável!  

            As rotinas nos tiram um pouco da alma, nos robotizam. É importante estarmos atentos: Até que ponto cada momento do meu dia e das minhas relações são dirigidos pelo automatismo das rotinas? Estou pensando/escolhendo, sentindo e fazendo “tudo sempre igual”?  Preciso libertar-me! Esta é uma luta perdida  com a impermanência na vida, com a mudança constante de tudo e todos!

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