É o
sentimento que nos invade, suavemente, quando nos entregamos às doces
lembranças do passado. Mas esse sabor adocicado traz também um travo de amargor
e tristeza pela consciência de que tudo aquilo se foi... mesmo as lembranças
mais engraçadas e alegres! Suas cores
vivas vão adquirindo um tom sépia, vão se esmaecendo, se distanciando... A casa
da infância, nossos pais, avós, tios... as brincadeiras e brigas com irmãos,
primos, coleguinhas... as festas e festejos na infância e juventude... o início
dos amores, o deslumbramento do amor... a inesquecível chegada dos filhos...o viço e a força de
nossos corpos jovens.... Lembranças dos tempos especiais, quando ainda tínhamos
poucas perdas, quando o passado era mais leve, mais colorido, mais doce...
A nostalgia não nos desespera pela perda do que se foi. Ela
apenas nos leva para o que foi bom no passado e lá pode nos aprisionar,
“encantados”, numa neblina leve, algo lacrimosa, suavemente queixosa, de baixa
energia, onde não cultuamos a vida e sim o que já não existe ...
Sob a influência da nostalgia aquela
cor sépia do passado parece se espalhar pelo presente, tirando-lhe força, graça
e beleza. Se permanecer nesse estado, parece que a força e entusiasmo para a
vida vão-se esvaindo, porque “só no
passado é que era bom”... A promessa gostosa das lembranças me leva a
constantes fugas do presente, que pode ficar me parecendo sempre complicado,
tedioso e sem brilho. Se essa influência se transformar numa opção em nossa
vida, vamos nos tornando apáticos, meio letárgicos, só meio vivos...
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