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terça-feira, 3 de março de 2015

ACOLHIMENTO


            Acolher é demonstrar, com ação, o desejo de estar junto, seja em família, na escola, na empresa, na igreja... em qualquer grupo. Traz uma energia de festa, de festejar o encontro. Reconhece-se, cada vez mais, a importância do acolhimento para reforçar a alegria de estarmos juntos. É bom festejar...

            Mas acolher vai além do festejar o novo! É aceitar o outro em sua humanidade, em seu momento, em sua fragilidade, em sua procura... É transmitir-lhe força num abraço, enquanto ele descobre sua própria força... É sorrir, ter um olhar terno, um gesto gentil, uma palavra honesta... É dizer-lhe que “vale a pena”, que estamos juntos!

            O acolhimento não se faz somente na chegada, no primeiro encontro, no início da relação, mas é o alimento constante que fortalece e mantém viva a relação. Acolher todo dia, mesmo após a irritação com as diferenças... Acolher entendendo as diferenças e a necessidade de limites/respeito, que não darão espaço às irritações e ao desgaste. Acolher a pessoa, mesmo quando discordamos de opiniões e atitudes. Acolher é não julgar, não condenar, não abandonar.

            Acolher é não desistir do outro, é apostar na força da boa vontade e na força do coração para diluir crenças rígidas, raivas, ressentimentos, orgulhos, invejas... É abrir-se para conciliação e reconciliação, é manter abertura para boas possibilidades.   Em relações muito machucadas, esgarçadas, irritadas, irritantes... relações azedadas, amargas, sem doçura, sem alegria... relações que ainda se mantém apenas pela teimosia, quando negamo-nos ao outro, virando-lhe o rosto, negando-lhe acolhimento, desistindo da relação, abandonando-o na relação... Nessas situações  a única saída é investir no acolhimento.

            Parece mais fácil desistir do que investir, acolher...mas é muito mais pobre! Ao fecharmos nossos braços, nosso rosto, nosso coração, ao nos negarmos ao outro, qualquer outro, nós nos defendemos e nos resguardamos de dores, mas também dos amores! E sem amor, em qualquer nível de relação, nossa vida fica mais triste, muito fria... É hora de abrir meus braços, meu peito e meu sorriso para acolher as pessoas do meu mundo. Preciso ter coragem para acolhê-los de novo e a cada novo momento, como um dia os acolhi.

            Acolhimento não pode ser apenas formal, estudado, decorado, educado, frio... Precisa transmitir simpatia, calor, alegria em escolher estar junto, em apostar na saúde e na continuidade do encontro.

            E, como tudo começa em mim, preciso, antes de tudo, acolher a cada instante as dificuldades de ser quem sou, acolher minha humanidade ainda tão confusa e procurar ser gentil, generosa e paciente comigo. Aí então, acolhida e revigorada, estou pronta para acolher verdadeiramente as pessoas que a vida me traz.

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