Todos os
jogos pressupõem disputas, mesmo nas relações mais próximas, nas mais afetivas
e afetuosas. E nas disputas, nas
competições, a “linguagem” é a da guerra! Criamos um paradoxo: usamos a guerra
para cuidar do amor!!!
Quem é o melhor? Ou o pior? Quem
perde? Quem ganha? Eu não quero
perder! Eu tenho muito medo de
perder! Perder a posição,
perder o poder, perder o valor, perder o amor...Não posso me arriscar a perder! Por isso
não lhe revelo quem sou! E você também...
Não posso lhe revelar meu medo de
ser rejeitado, de ser preterido, de ser ridicularizado, de ser menos amado...
Quero estar com você, mas tenho medo de lhe dizer quem sou e como estou... Só por isso é que eu finjo, e disfarço, e
invento, e omito, e minto... Quero ser
amado e invejado, mas apresento apenas uma máscara! Eu choro, eu rio, eu sinto (com tantas cores
de sentimentos) e gosto e não gosto... tudo escondido, ou maquiado, ou
disfarçado. E você também...
No entanto, continuamos com muito medo
e inseguros, porque sabemos que somos amados e valorizados pelo
que não somos! E, de modo incoerente, ainda ficamos muito magoados, com
raiva, ressentidos, por não sermos compreendidos, por não adivinharem ou
pressentirem nossas angústias e anseios... anseios e expectativas muitas vezes
tão irreais! Zangados, temos atitudes
que refletem as nossas frustrações escondidas ( mas cada vez mais explícitas) e
confrontamos uns aos outros com
cobranças e lamúrias, cada vez mais irritadas, ásperas, agressivas. Queríamos
que todos fossem menos “insensíveis” e adivinhassem nosso mundo interior!
Precisamos ser coerentes, afinal!
Para ser visto, entendido, aceito (ou não) – tenho que me revelar! Tenho que
decidir abandonar esse jogo perverso, tolo, viciado/vicioso... Esse jogo que
não vale a pena jogar, porque seremos todos perdedores!
Decidi que quero estar mais comigo, descobrindo,
com aceitação e paciência, meus desejos e meus sentimentos, tão “socados” e
confusos, para poder depois revelar, aos pouquinhos, quem “estou”, onde estou,
como estou... Se quero um encontro com o Outro, preciso poder dizer de mim. E
se ainda não consigo, preciso ter senso de justiça para não cobrar dos outros a
consequência de meus medos e da minha insegurança e lembrar que sempre estive
jogando também.
Não quero mais esse jogo! Não quero
mais qualquer jogo! Quero estar cada vez
com mais verdade, conforto e gostosura em minhas relações. Um dia de cada vez,
é isso o que quero buscar para mim. Mas se meus antigos parceiros nesses jogos
perversos insistirem em jogar, preciso honestamente,
assertivamente, gentilmente...lhes dizer:
“- Comigo não, camarão!!!”
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