As Irmandades Anônimas nos oferecem
acolhimento , conforto, respeito, valorização... Amor! Era tudo que tanto
ansiávamos desfrutar em um mundo tão competitivo e materialista. Elas são
abertas; não nos prendem, não nos coagem, não nos julgam. E tudo acontece no
aconchego dos Grupos onde compartilhamos descobertas, dificuldades, dores,
alegrias... onde compartilhamos nossa humanidade em transformação para um
despertar espiritual.
Nós,
membros dessas Irmandades, chegamos confusos, machucados,
desacreditados/descrentes e ainda regidos pelas crenças egóicas/egoístas do
nosso mundo. Trazemos ainda em nós a necessidade de competir, de vencer, de
submeter, de impor nossas ideias e razões... Ansiamos por poder! Ainda lidamos
com os valores materiais com a ideia do acúmulo, de buscar ter mais e mais, com
a crença do enriquecer, que pode nos fazer, mais e mais, poderosos,
reconhecidos e de “sucesso”!
Trazemos, ainda, em nós a comparação, a
agressividade, a acidez, o revide, o julgamento e o prejulgamento ( ditos ou
não)... e a “pele fina”, dos sempre defensivos, prontos a reagir. Ainda
mantemos o foco de nossa atenção nos outros e no mundo. E esquecemos que foi
esse olhar, esse modo de ser/estar nesse mundo, que nos trouxe, sofridos e
perdidos, até aos nossos Grupos.
Aqui
nos foi oferecido, sugerido, uma nova direção de olhar, um novo caminho, e nós
quisemos aceitar... O Programa de 12 Passos das Irmandades Anônimas é uma
orientação sugerida para essa “travessia” que nos leva de seres puramente
instintivos/racionais até o despertar da espiritualidade de seres espirituais
que, sobretudo e originalmente, nós somos. Nós, Anônimos, acreditamos que
esse é o caminho que pode nos libertar e trazer a alegria e a gostosura de um
viver sob a orientação amorosa de nossa dimensão espiritual.
Escolhemos
um caminhar de cooperação, de servir, com respeito( ao ouvir com coração e
mente abertos), com generosidade e coragem para nos ao revelarmos sentimentos e
ideias, a nós mesmos e aos outros. É um caminho que nos chama para a
simplicidade, para buscar apenas a suficiência das coisas materiais, em
constante alerta para o cuidado com nossa materialidade exacerbada! É um
caminhar necessariamente amoroso, de elegância, gentileza, carinho, bom humor,
compaixão, paciência...
Dentro
de nós coexistem esses mundos – o instintivo/ material/racional e o espiritual.
Um nos “puxa”, reclama e cobra fidelidade às suas duras leis, outro, amoroso e
paciente, aguarda nosso tempo. Cabe a cada um de nós persistir nessa caminhada,
ou não. Cabe a cada um imprimir um ritmo suave e persistente nos
passos e manter a abertura da mente/coração para novas descobertas e renovação
das forças. Cabe a cada um a própria entrega e parceria a um Poder
Superior que nos aponta a direção para a libertação de nossas prisões.
Um
dia de cada vez, preciso estar atenta ao meu propósito de buscar um viver mais
espiritual/amoroso. Ficam perguntas: A cada momento, no dia a dia do mundo e,
principalmente, nos Grupos estou sendo coerente com esse propósito? Estou
levando espiritualidade para meu viver no mundo ou estou trazendo as lutas do
mundo, com a arrogância do meu ego, para dentro do Grupo? O que quero, afinal?
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