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quarta-feira, 18 de março de 2015

SILÊNCIOS II



Existem tantos silêncios...
Existem silêncios que nos afastam e silêncios que nos aproximam.    Silêncios que escondem, ou até revelam, pensamentos, atitudes, sentimentos e são usados para o bem ou para o mal nas relações.
Algumas vezes eles são usados como arma de manipulação para criar “um clima” sedutor ou para deixar o outro confuso, inseguro, sem saber o que quero, o que penso/sinto, onde “estou”, o que sou...  Também são usados para demonstrar desprezo, pouco caso ou para obrigar o outro a manter-se à distância.
Existe o silêncio do medo, da insegurança, da submissão, quando me sinto paralisada, sem resposta, sem rumo... apenas “engolindo sapos”... E existe o silêncio do cansaço –físico, afetivo, mental- quando me sinto tomada pelo desânimo e penso:” Se fosse resolver”...
Mas existem também os silêncios que nos aproximam. É quando silencio para ouvi-lo, por respeito, buscando entendê-lo, com empatia, concordando ou não com você. Ou quando silencio por respeito a mim, para não me deixar levar a revidar e a discutir... E o silêncio amigo e generoso, quando estou com você para que não se sinta tão sozinho... Silêncio de paciência, compreensão e aceitação dos seus momentos difíceis... Silêncio que cabe onde não cabem elogios... Silêncio que acompanha meu olhar, quando “digo”, com seriedade e honestidade, que ali há um limite que não devemos ultrapassar para podermos nos respeitar... Silêncio que nos livra da tagarelice, das “fofocas”, das futilidades, que criam situações doídas e difíceis...
E existem os meus silêncios internos.   Existem os “maus”  silêncios da frustração pelas palavras de amor não ditas, que não mais posso dizer, porque passou a oportunidade no tempo ou a possibilidade pelas distâncias/dimensões diferentes...  O silêncio sofrido a cada vez que me nego a ouvir-me em todos os meus corpos... Mas existem os “bons silêncios” – o da contemplação e do êxtase ante a beleza dos elementos da natureza ou, em alguns momentos, a beleza de nossa humanidade.  
E existe em nós um Silêncio Maior, que apenas observa a tagarelice contínua de nossos próprios pensamentos condicionados pelo mundo. Nesse Silêncio habita o Nosso Sagrado. Nessa dimensão silenciosa só a Sabedoria e o Amor que nos intui, nos fortalece, nos acena com a Perfeição. Ali se encontra a Paz de Deus!
Temos tantos silêncios... Nas relações com o mundo e nas relações conosco mesmos. Eles nos sussurram, ou gritam, nos dando “dicas” de como estamos caminhando em nossa busca pela Felicidade. É importante observá-los, honestamente !

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