A percepção
de unidade em nossos grupos humanos nos garante um sentimento de pertença, de
força, de segurança... Existem infinitos
agrupamentos aos quais pertencemos, e os buscamos fortalecer, mantendo sua
unidade.
Como seres ainda recém
promovidos a “animais/racionais”, alguns de nós, ainda, nos grupamos e lutamos
para garantir nossa unidade física/animal, baseados apenas em nossos diferentes
atributos físicos e raciais. Mais além, mais afetivos, buscamos proteger
nossa unidade familiar: laços sanguíneos e/ou amorosos, lembranças, “verdades”,
regras, lealdade aos laços ancestrais, aos vínculos criados.
Bastante competitivos,
vemo-nos defendendo/atacando, os privilégios e direitos de classes e “estilos”
diferentes dos nossos, buscando guardar as unidades desses grupos baseados em
semelhanças sociais, intelectuais, materiais, de gênero...
Buscamos, também, proteger nossas
crenças na Divindade mantendo a unidade de nossas “verdades religiosas”,
separados em muitas religiões, as “verdadeiras”. E lutamos pela “pureza” de nossas ideologias
e certezas mantendo a unidade de nossos partidos/blocos políticos, os
verdadeiramente “certos”. Defendemos
também a unidade de nossa identidade
cultural e nacional, com nossas tradições e valores pátrios.
E existem muitas e muitas outras
unidades de grupos humanos a serem observadas!
Mas a unidade que protegemos em nossos grupos (que sempre acreditamos
ser os melhores), acabam por nos fechar e separar uns dos outros. Nosso personalismo marcado por nosso orgulho, nossa vaidade,
nossa arrogância, nosso ódio, nosso ressentimento, nossos preconceitos (frutos
de nossa pouca informação), nosso medo... nossa incapacidade de ouvir e
respeitar as diferenças e os diferentes -
todos alimentam essas separações.
Na verdade, estamos
pulverizados em variadas unidades desconectadas que fracionam nossa Unidade Humana,
nos separam de nossa Unidade Primeira. E tudo isso ainda mais nos faz perder de vista
nosso pertencimento a uma Unidade Maior!
Os grupos humanos que formamos, unidos pelas semelhanças no
pensar, acreditar, sentir, saber, pelo físico, pela educação, pelo modo de
viver ou de sobreviver, podem ser acolhedores e até mesmo confortáveis neste
nosso momento. Certamente por isso queremos
preservar a unidade desses grupos e a
nossa identidade. Mas não podem ser unidades fechadas e reativas a quaisquer
outros grupos. Nossas pequenas unidades
não podem ser estanques e isoladas num Universo mutante, vivo, pulsante, em
eterna transformação, crescimento e evolução. Não podemos nos rotular (ou nos marcar
como gado ou nos aprisionar em “tatuagens definitivas”) em unidades fechadas, e
até aguerridas, que se amesquinham e apequenam até se esgotarem em si mesmas...
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