Liberdade!
Liberdade! Queremos, e precisamos, nos sentir livres, inclusive em nossas
relações mais amorosas. Queremos nos sentir mais livres e espontâneos, mas isso
requer que “concedamos” a mesma liberdade ao outro e aceitemos como o outro
responderá à sua própria liberdade, em nossa relação. Preciso entender que será
um novo modo de nos amarmos, mais solto, mais leve, mais livre... Mas tão
diferente do modo apegado que estamos acostumados a nos amar!
Com liberdade em nossas relações,
quaisquer relações, sobretudo as mais amorosas, seremos livres para fazer
nossas escolhas, até para ficar ou partir! E não deverá haver espaço para
cobranças de mais participação, de parcerias, de presença, de gratidão... Sem
cobranças! Nem para culpar, ou aceitar culpas, ou repartir culpas. Sem
culpados!
Em nome do amor ou de nossas “responsabilidades”
com quem amamos, de nossos cuidados com o caminhar deles, acabamos por ir tolhendo
a liberdade de todos. Filhos já adultos,
pais idosos, amigos e parentes em dificuldades, nossos companheiros... são
invadidos, manipulados ou “cassados” em suas escolhas, em suas vontades... Tudo
em nome de nosso amor apegado, tudo por amor!
Acreditamos saber (e fazer) o
que é melhor uns para os outros!
Esse tipo de vínculo distorcido que
se estabelece, nos amarra, nos tolhe, nos aprisiona... e acaba por nos
antagonizar, pois só é mantido à custa de eternas( sutis ou explícitas)
cobranças, chantagens, culpas, ameaças, agressões... Tudo que tanto maltrata os
que se amam e o Amor. É importante nos libertarmos dos papéis de carcereiros
amorosos uns dos outros para desfrutarmos, todos, da liberdade de Ser e Estar –
com quem queremos, quando queremos, da forma que queremos... apenas respeitando
os “direitos” uns dos outros e nos comunicando com honestidade.
No entanto, preciso estar atenta a
mim e me perguntar: Estou ciente
dos “riscos” da liberdade em minhas relações?
Entendo que, quando “dou” escolha ao outro, devo ouvir e respeitar? Entendo que talvez não queiram ficar comigo
ou estar mais tempo comigo? Que, talvez, muito pouco os veja ou fale com eles? Entendo que dirão o que quiserem, com
verdade, sem me fazerem favores e sem disfarces, talvez nem mesmo com
delicadeza? Entendo que não serão
obrigados a ser “gratos”, como talvez eu esperasse ou gostaria? Que eles serão apenas eles mesmos... uns mais
chegados e amorosos, outros menos e outros, ainda, distantes ou desamorosos
mesmo!
Entendo, finalmente,
que aqueles que amo estão apenas de passagem em minha vida? Somos livres, somos
“desplugados”. O que nos liga é nossa Origem Divina e nosso destino final de
Pura Luz. Ente o início e o fim, o caminho e o caminhar pertencem a cada um. Aqueles que eu nomeio de “meus” amores, chegam
e se vão, e como eu, cada um com uma “passada”, cada um escolhendo seu caminho.
Entendo
que só assim, finalmente, poderei conhecer um pouquinho aqueles que amo e estar
curtindo, de verdade, nossa relação?
Não posso moldar minha vida, minhas
expectativas afetivas ou valorizar meus momentos, apenas pelo que possa dar ou
receber daqueles que amo. Preciso
preenchê-la com minhas próprias descobertas e possibilidades, que antes me
negava. Preciso usufruir as alegrias de dons antes desconhecidos. Preciso
aprender a ser só, a exercitar a coragem necessária para ser livre, para
caminhar só... Só então, terei a coragem de libertá-los – para, talvez,
caminharmos juntos, parceiros e livres! Preciso de coragem, sobretudo, para
desaprender, para abandonar, esse modo agoniado, sempre amedrontado, sofrido,
de amar sem liberdade, apenas com um desesperado apego. De amar segurando, com
a insegurança de quem tem medo de largar, de perder e se sentir só!
É isso! A liberdade no amor começa
em mim! Começa com a gostosura, cada vez
maior, de estar comigo mesma, com verdade e liberdade. Daí, então, poder curtir os momentos de
encontro, livres e espontâneos, com quem amamos.
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